29 de mai 2025


Crédito consignado privado cresce 7,4% em abril com nova modalidade de empréstimo
Crédito do Trabalhador impulsiona crescimento de 7,4% no consignado, mas taxas de juros superam expectativas e preocupam economistas.
Foto:Reprodução
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O estoque do crédito consignado para trabalhadores do setor privado cresceu 7,4% em abril, no primeiro mês de operação do programa Crédito do Trabalhador. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira. Lançado no final de março, o programa permite que trabalhadores utilizem até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para empréstimos.
Com a nova modalidade, os trabalhadores também podem usar 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa. As parcelas dos empréstimos são descontadas diretamente da folha de pagamento. O programa eliminou a necessidade de convênios entre empresas e bancos, facilitando a contratação por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital.
Taxas de Juros e Comparações
A taxa média de juros do crédito consignado para trabalhadores do setor privado foi de 3,94% ao mês em abril. Esse valor é mais que o dobro das taxas para aposentados e servidores públicos, que foram de 1,81% e 1,96%, respectivamente. O governo esperava que as taxas se aproximassem das cobradas para esses grupos, mas a percepção de risco dos bancos em relação aos trabalhadores CLT é maior.
Fernando Rocha, chefe do departamento de Estatísticas do BC, destacou que a possibilidade de demissão aumenta o risco percebido pelos bancos. A alta nas taxas de juros contraria as expectativas do governo, que visava taxas mais baixas.
Impacto e Expectativas Futuras
Desde o lançamento do programa, R$ 8,9 bilhões em empréstimos foram liberados. O saldo total do crédito consignado para trabalhadores do setor privado alcançou R$ 45,3 bilhões, o maior valor da série histórica. Entre 60% e 70% dos créditos concedidos estão sendo utilizados para renegociação de dívidas.
Economistas alertam que a corrida pelo novo consignado pode impactar a inflação, dificultando o trabalho do Banco Central. O Comitê de Política Monetária já considera os efeitos do novo modelo em suas projeções, reconhecendo a incerteza sobre o impacto total da medida.
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