Petrobras reduz preço da gasolina, mas repasse aos postos é lento e limitado

A Petrobras anunciou um corte no preço da gasolina, prevendo um repasse de R$ 0,12 por litro ao consumidor. No entanto, pesquisas da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e da ValeCard indicam que o preço médio caiu apenas R$ 0,02, para R$ 6,25 por litro.

Dados da ANP mostram que, entre domingo (1º) e quinta-feira (6), a redução foi observada em apenas dez estados, e em três deles, a queda foi superior a R$ 0,05. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, criticou a demora dos postos em repassar os cortes de preços. O sindicato dos postos do Paraná, Paranapetro, afirmou que a velocidade do repasse depende das distribuidoras.

Desde o pico de R$ 5,72 em fevereiro, as distribuidoras reduziram o preço em R$ 0,37 por litro. Nos postos, a queda acumulada foi de R$ 0,39 desde o pico de R$ 6,47. O diesel S-10 teve uma leve queda, sendo vendido a R$ 6,05 por litro, com redução de apenas R$ 0,01 em relação à semana anterior.

O etanol hidratado também apresentou queda, com preço médio de R$ 4,24, uma redução de R$ 0,03. A diminuição do preço da gasolina é crucial para a inflação, pois o combustível tem grande peso no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estima que, se o repasse da Petrobras for integral, a queda da gasolina poderá impactar negativamente o IPCA em 0,10 ponto percentual.