24 de jun 2025

Brasil enfrenta desafios de saneamento e mantém índices de subdesenvolvimento
Aumento no acesso a saneamento básico no Brasil chega a 55,2%, mas desafios financeiros e sociais ainda persistem.

Palafitas sem coleta de esgoto, em Belém (PA) (Foto: Pedro Ladeira - 11.set.19/Folhapress)
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O Brasil, atualmente na 84ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), enfrenta desafios significativos em relação ao saneamento básico. Em 2023, 55,2% da população tem acesso a serviços de coleta e tratamento de esgoto, um aumento em relação aos 49,6% registrados em 2022. Esse avanço é atribuído à aprovação do novo Marco Legal do Saneamento em 2020, que incentivou investimentos privados no setor.
O país ainda apresenta disparidades sociais marcantes, com o acesso ao saneamento básico abaixo da média global de 56,6%. Em comparação, na Índia, 52,1% da população tem acesso, enquanto no Iraque e no Paraguai os números são de 52,8% e 55,2%, respectivamente. O novo marco regulatório, que sobreviveu a pressões políticas, visa universalizar os serviços até o início da próxima década.
Investimentos e Desafios
Os investimentos necessários para alcançar a universalização do saneamento são estimados em R$ 45,1 bilhões anuais. Em 2023, os aportes no setor aumentaram de R$ 18,8 bilhões em 2021 para R$ 25,6 bilhões. A desestatização da Sabesp, uma das maiores empresas do setor, contribuiu para que o atendimento privado chegasse a 30% dos municípios, um crescimento significativo em relação a 2019.
Entretanto, a expansão dos serviços enfrenta obstáculos, como a taxa de juros de 15% anuais, que impacta o financiamento. A promessa de universalização do saneamento não depende apenas de decisões governamentais, mas também de um ambiente econômico estável e regras claras para o mercado. A continuidade dos leilões de concessão, que devem gerar R$ 27 bilhões em investimentos, será crucial para o futuro do setor.
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