Economia

Transição energética do Brasil é prejudicada por vácuo tecnológico e de planejamento

Brasil precisa acelerar inovações tecnológicas e planejamento na transição energética para atender às metas de descarbonização.

Vácuo tecnológico e de planejamento atrasa a transição energética do país (Foto: Ricardo Marajó/SMCS/24-05-2024)

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Apesar de ser reconhecido por sua matriz energética limpa, o Brasil enfrenta desafios significativos na transição energética. Especialistas apontam falhas no planejamento e na adoção de tecnologias avançadas como obstáculos a serem superados. Roberto Kishinami, coordenador sênior do Instituto Clima, destaca que, embora o país possua um sistema integrado de geração e transmissão, a utilização de recursos tecnológicos ainda é limitada.

A descarbonização da produção de energia é crucial para o cumprimento das metas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa. Esse tema será debatido na COP30, que ocorrerá em novembro em Belém. Kishinami ressalta que a transição energética requer inovações em materiais e processos, como a utilização de perovskita em células solares, que apresentam rendimento superior ao silício, ainda predominante no Brasil.

A falta de um plano de descarte para placas solares, que têm vida útil de 20 a 25 anos, é uma preocupação. Célio Bermann, professor da USP, enfatiza a necessidade de investimento na industrialização de placas solares, alertando para a dependência do cenário internacional. Kishinami também critica a gestão de incentivos fiscais, citando a Zona Franca de Manaus como exemplo de renúncia fiscal sem retorno significativo em empregos.

Inovações e Biocombustíveis

Os biocombustíveis são vistos como uma alternativa estratégica para diversificar a matriz energética. Kishinami menciona o uso crescente de etanol como combustível marítimo e na produção de combustíveis sustentáveis para aviação. No entanto, a falta de articulação entre pesquisa e política é um desafio, com a necessidade de direcionar investimentos para o desenvolvimento local.

Minerais como lítio e terras raras são essenciais para novas tecnologias. Kishinami questiona a ausência de planos de desenvolvimento local nas regiões onde esses recursos são extraídos. Projetos de hidrogênio verde, como o Base One no Ceará, também estão em pauta, mas a crítica se concentra na ênfase na exportação em vez do uso interno.

Avanços Tecnológicos

O setor de hidrogênio de baixa emissão tem visto um aumento significativo nos investimentos, que saltaram de R$ 30 milhões em 2020 para R$ 207 milhões em 2023. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) destaca que, em 2024, 24 propostas foram apresentadas para plantas piloto, totalizando mais de 100 MW de capacidade instalada.

Além disso, a Finep e o BNDES têm apoiado inovações em tecnologias energéticas, com investimentos em projetos que vão desde baterias de sódio até veículos híbridos. A ANP lançou o programa NAVE, com desafios tecnológicos e um orçamento de R$ 28 milhões, visando impulsionar a inovação no setor.

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