Postos mantêm preços altos da gasolina mesmo após redução nas refinarias da Petrobras

O preço da gasolina nos postos brasileiros permanece estável após um mês do corte realizado pela Petrobras nas refinarias. A média nacional é de R$ 6,23 por litro, valor que não se alterou nas últimas duas semanas e que representa uma redução de apenas R$ 0,04 em relação ao período anterior ao corte. A estatal esperava um repasse de R$ 0,12 por litro, mas o que se observou foi uma absorção da redução pelas distribuidoras e postos.

O governo federal, insatisfeito com a situação, intensificou a pressão sobre o setor. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou que há espaço para novas reduções, dependendo das cotações internacionais. Atualmente, a Petrobras está vendendo gasolina com um prêmio sobre o mercado internacional, que na última segunda-feira (9) era de R$ 0,13 por litro.

Fiscalização e Investigação

Em resposta à falta de repasse, o governo acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para solicitar investigações sobre os preços praticados nos postos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a situação, afirmando que a falta de repasse faz o governo parecer "imbecil". Ele destacou a necessidade de fiscalização para garantir preços justos ao consumidor.

A partir de 1º de agosto, a gasolina nos postos deverá conter 30% de etanol, um aumento de três pontos percentuais em relação à mistura atual. O governo acredita que essa medida pode ajudar a reduzir os preços, embora especialistas alertem que o impacto pode ser menor do que o esperado, especialmente devido à alta nos preços do etanol na entressafra.

Preços do Etanol e Diesel

Na última semana, o preço do etanol hidratado teve uma leve queda, passando de R$ 4,19 para R$ 4,16 por litro. Já o diesel S-10, que sofreu cortes nas refinarias, manteve-se em R$ 6,05 por litro, com repasses já chegando integralmente ao consumidor. A situação atual dos combustíveis continua a gerar debates sobre a transparência e a justiça nos preços praticados no Brasil.