CEO da Newnew alerta sobre ‘infoxicação’ e a necessidade de requalificação profissional

A transformação do mercado de trabalho nos próximos anos será impulsionada pela mudança tecnológica. Um estudo do Fórum Econômico Mundial (WEF) revela que 65% dos profissionais veem a requalificação e a aquisição de novas habilidades como essenciais para a manutenção da empregabilidade nos próximos cinco anos. Mariana Achutti, CEO da empresa de aprendizagem Newnew, enfatiza que a educação corporativa deve ser vista como uma estratégia, não um custo, destacando a importância de empresas como iFood, Heineken, Ambev e L’Oréal entre seus clientes.

Entretanto, os modelos tradicionais de treinamento enfrentam desafios, pois os profissionais estão cada vez mais distraídos e sobrecarregados por informações. Achutti aponta que a neurociência indica que a multitarefa e a exposição a estímulos digitais prejudicam a memória e a retenção de informações. Ela alerta que a infoxicação, ou excesso de dados, resulta em estresse e diminuição da capacidade de concentração, dificultando o aprendizado profundo.

Para uma aprendizagem eficaz, é necessário revisar os modelos de treinamento, que muitas vezes não consideram como o cérebro aprende. Achutti afirma que a retenção de informações é baixa sem contexto e aplicação prática. O modelo ideal é o de aprendizado contínuo, onde o aprendizado se integra à rotina de trabalho, com conteúdos direcionados a lacunas reais de habilidades.

A personalização do aprendizado é crucial, utilizando inteligência artificial e plataformas adaptativas para atender às demandas específicas de cada profissional. Achutti conclui que a questão não é se as empresas devem investir em requalificação, mas se estão dispostas a se preparar para o futuro ou a ficar para trás.