Noaa interrompe rastreamento de desastres climáticos que causam bilhões em danos

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa) anunciou, em 8 de agosto, que deixará de monitorar os custos de desastres climáticos que causam danos superiores a US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,65 bilhões). Essa decisão impactará a análise de padrões de desastres, como furacões e incêndios, e suas consequências econômicas.

A medida, que entra em vigor ainda este ano, foi criticada por especialistas e legisladores. A falta de dados sobre desastres de grandes proporções pode dificultar a formulação de políticas públicas e a alocação de recursos para infraestrutura. Jesse M. Keenan, professor da Universidade Tulane, afirmou que a decisão "desafia a lógica" e que o governo dos EUA "está voando às cegas" em relação aos custos de eventos climáticos extremos.

Além disso, a Noaa já vinha enfrentando cortes em suas atividades relacionadas ao clima. A administração anterior demitiu autores de avaliações climáticas e planejou eliminar subsídios para Parques Nacionais focados em mudanças climáticas. Virginia Iglesias, pesquisadora da Universidade do Colorado, destacou que o banco de dados da Noaa é um dos registros mais confiáveis de perdas econômicas relacionadas ao clima no país.

Os desastres que causam danos de bilhões de dólares têm se tornado mais frequentes, refletindo a crescente severidade dos eventos climáticos. A decisão da Noaa pode dificultar a compreensão das tendências e impactos econômicos desses desastres, comprometendo a capacidade de resposta do governo e da sociedade.