Allos impulsiona vendas em shopping premium e eleva preços de aluguéis

A Allos (ALOS3) divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, reportando um lucro líquido de R$ 186,74 milhões, o que representa uma queda de 39,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa comparação é feita em bases "proforma", considerando que a empresa vendeu ou reduziu participações em shopping centers, resultando em um portfólio mais enxuto.

Apesar da queda no lucro, a empresa apresentou crescimento no FFO (Funds From Operations), que alcançou R$ 304,6 milhões, com alta de 1,9% na comparação anual. A receita líquida cresceu 8,4%, totalizando R$ 656,4 milhões. A Allos destacou um aumento de 6,7% na receita de locação, que chegou a R$ 486 milhões. O braço de mídia da empresa, que agora opera publicidades em aeroportos da Aena, faturou R$ 45,9 milhões, com um crescimento anual de 31%.

Desempenho Operacional

O NOI (Net Operating Income) cresceu 10,2%, atingindo R$ 594,4 milhões, enquanto o EBITDA ajustado foi de R$ 490,4 milhões, com um aumento de 12,9% em relação ao ano anterior. A margem EBITDA avançou 1,96 ponto percentual, alcançando 73,1%. As despesas administrativas apresentaram uma leve redução de 1% em comparação ao segundo trimestre de 2024.

A taxa de ocupação dos shoppings da Allos permaneceu estável em 96,4%. As vendas totais nos shoppings somaram R$ 10,12 bilhões, com um crescimento de 9,5% em relação ao ano anterior. As vendas por metro quadrado também avançaram 7,4%, atingindo R$ 1.982.

Estratégia e Perspectivas

A CFO da Allos, Daniela Guanabara, atribui a melhora nos indicadores a um mix de lojistas mais alinhado com as demandas atuais dos consumidores. A empresa continua a buscar um portfólio de maior qualidade, com a troca de lojistas resultando em vendas mais robustas. "O posicionamento premium atrai fluxo, venda e lojistas," afirma a executiva.

A Allos também está investindo em uma estratégia multiuso, integrando empreendimentos comerciais e residenciais próximos aos shoppings. Os aluguéis para lojistas que estão há mais de um ano nos shoppings cresceram 7,7%. A saúde financeira dos lojistas é considerada boa, com a empresa assinando contratos com 60 novos lojistas apenas em junho.

A companhia encerrou o trimestre com um saldo devedor de R$ 3,4 bilhões, uma redução de R$ 98 milhões em relação ao trimestre anterior. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, permaneceu estável em 1,7 vez, e a posição de caixa foi de R$ 3,1 bilhões.