Casas Bahia registra prejuízo de R$ 555 milhões no 2º trimestre por juros altos

A Casas Bahia (BHIA3) registrou um prejuízo líquido de R$ 555 milhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 37 milhões do mesmo período do ano anterior. O resultado negativo foi influenciado por juros elevados e uma base de comparação desfavorável, apesar do crescimento de 6% na receita líquida, que alcançou R$ 6,87 bilhões.

O diretor financeiro da empresa, Elcio Ito, destacou que a taxa média do CDI subiu de 10,5% para 14,5%, impactando significativamente o resultado financeiro, que ficou negativo em R$ 1,15 bilhão. Esse valor representa um aumento considerável em relação ao prejuízo de R$ 42 milhões registrado no mesmo trimestre de 2024. Ito também mencionou que o ano anterior teve um ganho contábil não recorrente de R$ 637 milhões, o que torna a comparação ainda mais desafiadora.

Desempenho Operacional

Apesar do cenário adverso, a Casas Bahia apresentou um crescimento de 26,5% no Ebitda ajustado, totalizando R$ 572 milhões. As despesas gerais e administrativas foram reduzidas em 2,9%, somando R$ 1,57 bilhão. O volume bruto de mercadorias (GMV) cresceu 7,6% em relação ao segundo trimestre de 2024, com destaque para o marketplace, que teve um aumento de 16,2% nas vendas.

Recentemente, a empresa anunciou uma conversão de dívida que resultou na gestora Mapa Capital assumindo o controle com 85,5% do capital social. Ito afirmou que essa mudança não deve alterar a estratégia da companhia, que continua focada em sua transformação. A reestruturação da dívida deve proporcionar um alívio financeiro, reduzindo a relação dívida líquida/Ebitda de 1,8 para 1,1 vez, com expectativa de um alívio de R$ 400 milhões no caixa nos próximos dois anos.

Oportunidades no Mercado

O diretor financeiro também mencionou que, apesar do cenário macroeconômico desafiador, existem oportunidades no varejo, especialmente com as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos de diversos países, incluindo o Brasil. Ele destacou que a entrada de empresas chinesas no mercado brasileiro pode gerar um ambiente competitivo favorável.

A Casas Bahia continua a focar em sua transformação, priorizando a eficiência operacional e a redução de custos, enquanto busca expandir sua presença no mercado. O desempenho no e-commerce e o crescimento das vendas em lojas físicas, mesmo com o fechamento de 30 unidades nos últimos 12 meses, demonstram a resiliência da empresa em um cenário desafiador.