John Deere estima impacto de US$ 600 milhões em tarifas neste ano

A John Deere alertou que os custos com tarifas podem alcançar US$ 600 milhões no ano fiscal de 2025. A previsão foi divulgada após a empresa apresentar resultados do terceiro trimestre, que, embora tenham superado expectativas de receita e lucro, mostraram uma queda significativa em relação ao ano anterior.

Durante a teleconferência de resultados, o diretor de relações com investidores, John Beal, informou que os custos com tarifas atingiram aproximadamente US$ 200 milhões no terceiro trimestre, totalizando US$ 300 milhões no acumulado do ano até julho. Beal destacou que a previsão para o impacto das tarifas antes dos impostos foi ajustada para quase US$ 600 milhões. O aumento dos custos, aliado a despesas de produção elevadas, foi o principal fator para a redução dos lucros operacionais.

Resultados Financeiros

No período encerrado em 24 de julho, a John Deere reportou um lucro líquido de US$ 1,29 bilhão, uma queda de 26% em relação aos US$ 1,73 bilhão do mesmo trimestre do ano anterior. As vendas líquidas totalizaram US$ 12,02 bilhões, uma diminuição de 9% em comparação aos US$ 13,15 bilhões do ano passado. A empresa também revisou para baixo o limite superior de sua estimativa de lucro líquido para o ano fiscal, agora entre US$ 4,75 bilhões e US$ 5,25 bilhões, em comparação com a projeção anterior de até US$ 5,5 bilhões.

Apesar dos desafios, o CEO John May reafirmou o compromisso da empresa em investir em soluções para seus clientes e manter uma perspectiva positiva para o futuro. Ele afirmou que os resultados positivos alcançados reforçam a confiança na trajetória da Deere, mesmo diante da incerteza a curto prazo. O lucro por ação foi de US$ 4,75, superando a expectativa de US$ 4,63, enquanto a receita alcançou US$ 10,36 bilhões, acima da projeção de US$ 10,31 bilhões.

Perspectivas Futuras

Analistas, como Kristen Owen, da Oppenheimer, destacam que a empresa adota uma visão "cautelosamente otimista" em meio a um ambiente econômico desafiador. A incerteza sobre a demanda em 2026 e a situação das commodities são pontos de atenção. No entanto, a Deere observa sinais de crescimento na demanda na Europa e na América do Sul, com o presidente da divisão agrícola, Cory Reed, afirmando que há expectativas positivas em relação a acordos comerciais e políticas fiscais.