Títulos privados superam crédito bancário e transformam investimento em empresas
Títulos privados superam empréstimos bancários pela primeira vez, sinalizando nova era no financiamento empresarial brasileiro

Empréstimos: mercado vê aumento de participação do crédito privado (Foto: Getty Images/Reprodução)
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Pela primeira vez, o estoque de títulos privados no Brasil superou o volume de empréstimos bancários, marcando uma mudança significativa na forma como as empresas se financiam. Em junho de 2023, os títulos privados, que incluem debêntures, CRI, CRA e FIDC, alcançaram R$ 2,205 trilhões, representando 16,7% do PIB, enquanto os empréstimos bancários somaram R$ 2,197 trilhões, ou 16,6% do PIB. Essa transição é um reflexo da desintermediação e do aumento da taxa Selic, atualmente em 15%.
A mudança no perfil de financiamento das empresas é notável. Historicamente, o crédito tradicional dominava, com os empréstimos bancários representando 23,6% do PIB em junho de 2015, enquanto os títulos privados eram apenas 5,3%. A evolução no comportamento dos investidores, que agora têm acesso a uma gama mais ampla de opções de investimento, também contribuiu para essa transformação. Evandro Buccini, sócio e diretor da Rio Bravo, destaca que a desintermediação já era uma tendência no mundo dos investimentos e agora se estende ao crédito.
Nos últimos anos, a demanda por títulos de renda fixa aumentou, impulsionada pela alta da Selic. O número de gestoras especializadas em fundos de crédito privado quase triplicou, superando as que atuam em ações e imóveis. Buccini observa que, com a Selic elevada, muitos investidores estão migrando para fundos que oferecem títulos de renda fixa, embora uma parte dos títulos ainda permaneça nas tesourarias dos bancos. Essa mudança estrutural no financiamento das empresas brasileiras pode sinalizar um novo capítulo na dinâmica econômica do país.
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