Ações nos EUA atingem novos recordes, mas investidores permanecem cautelosos

O índice S&P 500 alcançou novas máximas, superando uma queda global em abril, impulsionado por lucros corporativos robustos e a resiliência das grandes empresas de tecnologia. Mais de 40% das empresas do índice elevaram suas estimativas de lucros, enquanto o mercado aguarda um possível corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Apesar da taxa efetiva de tarifas sobre importações nos EUA ser a mais alta desde a década de 1930, o S&P 500 se recuperou, registrando um aumento de 5% em relação à sua última máxima em fevereiro e quase 10% no ano. A força dos lucros corporativos tem superado as preocupações com a inflação e as tarifas, com as grandes empresas de tecnologia liderando o crescimento.

Expectativas de Lucros e Cortes de Juros

A temporada de resultados deste trimestre dissipou muitos temores do mercado. Apenas 17% das empresas aumentaram suas expectativas no primeiro trimestre, mas agora esse número subiu para mais de 40%. Segundo Stuart Kaiser, estrategista de ações do Citigroup, as empresas estão demonstrando mais clareza em suas projeções, o que é um sinal positivo para os investidores.

O Citi e outros bancos, como Bank of America e Goldman Sachs, elevaram suas previsões para o S&P 500, que deve terminar o ano entre 6.300 e 6.600 pontos. No entanto, essa expectativa sugere que o rali pode desacelerar, refletindo preocupações persistentes no mercado.

Desafios e Cautela no Mercado

Enquanto o S&P 500 se destaca, o índice Russell 2000, que inclui empresas menores, não teve a mesma recuperação. A volatilidade permanece uma preocupação, especialmente com a expectativa de um corte nas taxas de juros em setembro. Economistas da Morgan Stanley indicam que o discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole será crucial para entender a posição do Fed.

Os investidores estão cientes de que, embora a combinação de lucros crescentes e um ambiente de crédito calmo seja favorável, a incerteza política e econômica ainda paira sobre o mercado. A falta de atividade entre grandes gestores de fundos sugere que nem todos estão convencidos da sustentabilidade do atual rali.