Vista alerta que fragilidades da Petrobras persistem, mesmo com novo governo
Vista Capital encerra posição em Petrobras e aponta riscos de governança e dividendos insustentáveis em meio a incertezas do mercado de petróleo

Gestora monta posição vendida na estatal e defende que, com tudo na conta, ela já não é mais uma produtora de baixo custo (Foto: Reprodução/Exame)
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A Vista Capital, que manteve ações da Petrobras por quase seis anos, decidiu encerrar sua posição comprada e agora aposta na queda das ações da estatal. A gestora justifica essa mudança devido a riscos de governança, problemas na incorporação de leasing e incertezas sobre o preço do petróleo.
A decisão da Vista reflete um ceticismo crescente em relação à sustentabilidade financeira da Petrobras. A gestora aponta três fatores principais para essa nova estratégia: a incorporação inadequada de leasing, o aumento dos riscos de governança com a aproximação do ciclo eleitoral e a incerteza sobre os preços do petróleo em um cenário de excesso de oferta global.
No segundo trimestre, a Petrobras gerou R$ 42,5 bilhões em caixa operacional, mas consumiu R$ 38,1 bilhões em capex, leasing e juros, resultando em uma geração líquida de apenas 1%. Apesar disso, a empresa pagou dividendos quase duas vezes superiores ao caixa gerado, financiados por um aumento da dívida. A Vista alerta que a atual política de dividendos é insustentável, especialmente com o petróleo cotado a R$ 385 por barril.
A gestora critica a estratégia de distribuir integralmente o caixa, herdada do governo anterior, como incompatível com os compromissos financeiros de longo prazo da Petrobras, que superam R$ 140 bilhões anuais. A analogia utilizada pela Vista é contundente: vender um imóvel para aplicar o capital em CDI enquanto se compromete a pagar aluguel vitalício.
Além disso, a Vista destaca a subavaliação do modelo de leasing nos balanços da Petrobras, que pode subestimar a dívida implícita em até quatro vezes. Essa situação pode levar a um ajuste abrupto caso o preço do petróleo caia significativamente. Com o barril próximo de US$ 70, a geração de caixa livre da Petrobras já é mínima, e uma queda maior poderia resultar em cortes de dividendos e revisões sobre a solvência da empresa.
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