É viável obter 1% ao mês na renda fixa mesmo com a Selic a 14,25%?

O cenário atual de investimentos em renda fixa no Brasil apresenta oportunidades interessantes, especialmente com a taxa Selic em 14,25%. Para os investidores que buscam uma rentabilidade de 1% ao mês, é crucial entender como o Imposto de Renda impacta essa meta. Especialistas indicam que, para ativos isentos de IR, como LCIs e LCAs, uma taxa de 12,68% ao ano é necessária para alcançar essa rentabilidade líquida. Já para ativos pós-fixados, a remuneração deve ser de 89% do CDI.

No caso de títulos não isentos, como CDBs e Tesouro Direto, o cálculo se torna mais complexo devido à tabela regressiva do Imposto de Renda. Para aplicações de até 180 dias, a alíquota é de 22,5%, enquanto para investimentos entre 181 e 360 dias, a alíquota é de 20%. Isso significa que, para obter 1% ao mês, a taxa anual necessária varia entre 16,36% e 14,92%, dependendo do prazo de investimento.

José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos, afirma que é possível montar uma carteira com baixo risco que atinja essa rentabilidade, dada a atual situação econômica. No entanto, a diversificação entre emissores e prazos é fundamental para garantir segurança. Lucas Sigu, da Ciano Investimentos, alerta que a rentabilidade não deve ser o único critério de escolha, sendo essencial considerar a liquidez e a segurança dos ativos.

Para quem busca alternativas, os ativos bancários, como LCIs e CDBs, são destacados como as melhores opções para alcançar 1% líquido ao mês. Além disso, CRIs e debêntures podem ser viáveis para investidores com perfil de risco moderado, embora exijam cautela devido ao risco corporativo. O Tesouro Selic, considerado o investimento mais seguro, ainda não oferece a rentabilidade desejada, mesmo com a Selic elevada.