Indústria brasileira avança em energia renovável e sustentabilidade em 2024

O Brasil se destaca no cenário global de energias renováveis, com 48% das indústrias investindo em fontes limpas, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento, divulgado em 5 de junho, revela um aumento significativo em relação a 2023, quando apenas 34% das empresas tinham iniciativas voltadas para a geração de energia sustentável.

A pesquisa entrevistou mil executivos de indústrias de diversos portes em todo o país. A autoprodução de energia foi a principal estratégia adotada, representando 42% dos casos. O principal motivo para a adoção de energias renováveis é a redução de custos, citada por 50% dos entrevistados. O Nordeste lidera a adoção de projetos verdes, com 60% das indústrias investindo em energias renováveis, seguido pelas regiões Norte e Centro-Oeste (56%), Sul (53%) e Sudeste (39%).

Iniciativas Sustentáveis

Empresas como EuroChem e Brazil Iron estão implementando projetos de descarbonização. A EuroChem, por exemplo, desenvolve ações em Barcarena (PA), Serra do Salitre (MG) e Candeias (BA), focando na economia circular e no reaproveitamento de recursos. Em Serra do Salitre, a planta reutiliza 35 bilhões de litros de água por ano e gera 40% da energia utilizada a partir de calor recuperado.

A Brazil Iron planeja investir US$ 5,7 bilhões no Projeto Ferro Verde na Bahia, visando descarbonizar a indústria siderúrgica. O projeto inclui a produção de Ferro Verde, que pode reduzir as emissões de CO₂e em até 99% em comparação com métodos tradicionais. A demanda por aço verde está crescendo, especialmente na Europa e Ásia, impulsionada por incentivos e regulamentações.

Desafios e Oportunidades

Apesar do avanço, 90% das indústrias apontam a falta de incentivos tributários como um obstáculo para ações sustentáveis. A pesquisa também indica que 60% das empresas estão interessadas em obter financiamento para adequar suas operações. O Brasil, com mais de 90% de sua matriz elétrica proveniente de fontes limpas, tem um potencial significativo para liderar a transição energética global.