04 de fev 2025
Dólar fecha a R$ 5,77 e acumula 12 quedas seguidas; Copom mantém tom agressivo sobre inflação
O dólar caiu pelo 12º dia consecutivo, fechando a R$ 5,77, menor valor desde novembro. A alta da Selic para 13,25% reflete preocupações com a inflação e desaceleração econômica. A política tarifária de Donald Trump, com recuos em tarifas, impactou positivamente o real. Expectativas de safra recorde no Brasil podem ajudar a conter a inflação de alimentos. O cenário externo e a política fiscal brasileira continuam a influenciar a volatilidade do câmbio.
Análise: Copom não vê nenhum sinal de recessão nem onda desinflacionária vinda do exterior (Foto: Raphael Ribeiro/ Banco Central)
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O Banco Central do Brasil identificou sinais iniciais de desaceleração na atividade econômica, mas não há indícios de recessão. O cenário atual ainda não garante que a inflação atinja a meta desejada no tempo adequado. O dólar comercial, por sua vez, fechou em queda pelo 12º dia consecutivo, cotado a R$ 5,77, o menor valor desde novembro de 2024. Essa desvalorização da moeda americana é atribuída a instabilidades internas e reações do mercado às questões fiscais, além de fatores internacionais, como a postura mais amena do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação às tarifas de importação.
André Galhardo, consultor econômico, destacou que a desvalorização do dólar também reflete a correção de uma reação exagerada do mercado às questões fiscais. Ele observou que a moeda brasileira se beneficia de um ambiente externo mais favorável e do cumprimento do arcabouço fiscal, que apresentou um déficit de apenas 0,09% do PIB. Bruna Allemann, da Nomos, acrescentou que a queda do dólar é influenciada por decisões recentes do governo dos EUA, que suspendeu tarifas de importação para o Canadá e México, enquanto mantém tarifas sobre produtos chineses.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a preocupação com a inflação, destacando a necessidade de uma política monetária restritiva. A taxa Selic foi elevada para 13,25% ao ano, com previsão de novo aumento para 14,25% em março. Economistas analisaram que a comunicação do Copom enfatizou os riscos de alta para a inflação e a importância de uma política fiscal responsável. A expectativa é que a Selic continue a subir, com projeções que indicam um possível fechamento do ciclo em 15,75% ao ano.
No mercado financeiro, o Ibovespa apresentou queda de 0,65%, enquanto o dólar, após um período de estabilidade, voltou a operar em alta nesta quarta-feira, 5, cotado a R$ 5,80. A volatilidade do mercado é impulsionada por fatores externos, como a guerra comercial entre os EUA e a China, e a expectativa de novas tarifas. A situação fiscal do Brasil e a resiliência da atividade econômica também permanecem em foco, com analistas alertando para a necessidade de um equilíbrio entre as políticas fiscal e monetária para evitar pressões inflacionárias futuras.
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