Incentivos agressivos de montadoras chinesas aquecem mercado de veículos elétricos

As montadoras de carros elétricos na China iniciaram o Ano da Serpente com uma série de incentivos para consumidores, após uma queda nas entregas no começo do ano. Liz Lee, diretora associada da Counterpoint Research, destacou que a fraqueza nos indicadores de consumo levantou preocupações sobre a capacidade das montadoras de venderem seus estoques acumulados. Durante o feriado do Ano Novo Lunar, que ocorreu de 28 de janeiro a 4 de fevereiro, o governo chinês anunciou a liberação de 81 bilhões de yuan (cerca de R$ 11,12 bilhões) para estimular a compra de carros elétricos, smartphones e eletrodomésticos.

No primeiro dia útil após o feriado, a Tesla revelou um subsídio de 8.000 yuan e um plano de financiamento de cinco anos com juros de 0% para o Model 3, reduzindo o preço total em quase $ 1.100 para clientes que realizarem um pagamento inicial de 34%. A montadora também anunciou um plano semelhante para o Model Y, que começará as entregas em março. Por sua vez, a startup Xpeng eliminou completamente o pagamento inicial e ofereceu financiamento sem juros para quatro modelos, destacando-se nas redes sociais como a única a fazer essa oferta.

A Nio anunciou um plano de financiamento de cinco anos com juros de 0% após uma queda nas vendas para 13.863 unidades em janeiro, comparado a 31.138 em dezembro. Li Auto também havia introduzido um plano de três anos com juros de 0% em novembro. Stephen Dyer, da AlixPartners, comentou que essas promoções são uma forma de reduzir preços sem efetivamente baixar os valores. Ele alertou que, ao contrário dos consumidores norte-americanos, os chineses tendem a esperar por descontos adicionais.

Com a desaceleração do mercado, várias montadoras elétricas chinesas relataram quedas acentuadas nas entregas domésticas em janeiro. A BYD, maior fabricante do setor, viu suas vendas de veículos de passageiros cair para 296.446 em janeiro, de 509.440 em dezembro. As previsões indicam um crescimento mais lento na indústria após anos de rápida expansão. Dyer observou que a competição se intensifica no maior mercado automotivo do mundo, onde marcas locais cortaram preços e montadoras estrangeiras enfrentam dificuldades para se adaptar à rápida transição para veículos de nova energia.