Economia

Argentinos registram gastos recordes em dólares com peso forte, gerando preocupações econômicas

Os argentinos gastaram US$ 645 milhões em cartões de crédito em janeiro, maior valor desde 2018. A Argentina perdeu US$ 2,1 bilhões em turismo em 2024, com cidadãos gastando no exterior. A inflação mensal caiu de 25,5% para 2,7%, mas a pobreza e o consumo permanecem altos. A política cambial de Milei busca estabilizar o peso, mas gera preocupações sobre a conta corrente. O aumento dos preços em dólares torna a Argentina cara, afetando o turismo e o consumo interno.

Peso argentino e dólar (Foto: Erica Canepa/Bloomberg)

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Os argentinos estão gastando a maior quantia de dólares em anos, impulsionados por um peso forte, o que levanta preocupações sobre a política cambial do presidente Javier Milei. Em janeiro, os gastos com cartões de crédito em dólares ou outras moedas estrangeiras alcançaram US$ 645 milhões, o maior valor desde fevereiro de 2018, conforme dados do banco central da Argentina. Esses números não incluem transações com cartões de débito ou carteiras digitais, que têm se tornado populares. A equipe de Milei busca manter o valor do peso estável, permitindo uma desvalorização de 1% ao mês, enquanto os salários e preços superam a queda da moeda, tornando a Argentina mais cara.

Os argentinos estão optando por gastar em países vizinhos mais baratos, como Uruguai, Brasil e Chile, afetando os fluxos comerciais e de investimento do país. Em 2023, a Argentina perdeu US$ 2,1 bilhões em turismo, com base na comparação entre o que seus cidadãos gastaram no exterior e o que os estrangeiros consumiram em Buenos Aires. O governo tenta desencorajar gastos turísticos no exterior, mas a eficácia das medidas diminuiu com a redução de impostos sobre compras internacionais. A Argentina possui múltiplas taxas de câmbio devido ao controle de moeda, e a diferença entre elas se estreitou sob a administração de Milei.

Os brasileiros que visitam a Argentina notam um aumento nos preços, resultado da valorização do peso e do dólar mais caro. Entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, a inflação mensal caiu de 25,5% para 2,7%, a menor desde 2020, mas a inflação anual ainda é alta, encerrando 2024 em 117,8%. Para controlar a inflação, Milei adotou a estratégia de ancoragem do dólar, cortando gastos públicos e suspendendo a emissão de dinheiro. Apesar de alguns sinais de melhora econômica, a população ainda enfrenta dificuldades, com salários congelados e aumento da pobreza.

A política cambial de Milei tem gerado debates acalorados, especialmente após críticas de economistas como Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia. Milei defendeu sua abordagem, afirmando que a atual política é mais eficaz do que a convertibilidade do passado, que levou a crises econômicas. Ele acredita que a economia irá se recuperar e que investimentos significativos chegarão ao país. No entanto, a falta de flexibilidade na taxa de câmbio e o aumento das importações podem agravar a situação da balança comercial e do déficit corrente, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade da política econômica atual.

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