Economia

Envelhecimento populacional transforma pirâmides em obeliscos e impõe novos desafios econômicos

O Brasil enfrenta um rápido envelhecimento populacional, com taxa de fertilidade de 1,62 filhos por mulher, abaixo da taxa de reposição. Projeções indicam que, até 2050, a proporção de trabalhadores por idoso cairá de 6,5 para 2,8, aumentando a pressão sobre a Previdência. A produtividade brasileira é baixa, com média de US$ 18 por hora, contrastando com US$ 60 em economias desenvolvidas. O aumento da longevidade e a queda da fertilidade exigem reformas significativas nos sistemas previdenciários e de saúde. A demanda por serviços voltados à terceira idade crescerá, mas a renda per capita brasileira ainda é insuficiente para atender a essa necessidade.

População global tem envelhecido rapidamente e o Brasil não é exceção. (Foto: Pexels)

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O envelhecimento da população e a queda da fertilidade estão transformando as estruturas etárias globais, resultando em uma nova configuração demográfica que se assemelha a um obelisco. Essa mudança não é apenas visual, mas traz desafios significativos para a economia mundial. A primeira onda dessa transformação já afeta economias desenvolvidas e a China, onde a proporção de pessoas em idade produtiva deve cair de 67% para 59% até 2050. Regiões mais jovens, como a América Latina e a Ásia, também enfrentarão essas mudanças nas próximas gerações, com a África Subsaariana sendo a única exceção.

No Brasil, a situação é preocupante, pois a taxa de fertilidade já está em 1,62 filhos por mulher, abaixo da taxa de reposição de 2,1. Projeções indicam que, entre 2023 e 2050, a transição demográfica poderá reduzir o PIB per capita em 0,3 pontos percentuais anuais. A sócia-diretora da McKinsey, Heloisa Callegaro, destaca que o país precisa adotar medidas para reverter essa tendência e garantir um crescimento econômico sustentável, especialmente considerando que o Brasil envelhecerá mais rapidamente do que muitos esperavam.

A pressão sobre a Previdência é crescente, com a proporção de trabalhadores por aposentado caindo de 6,5 para 2,8 até 2050. O aumento da expectativa de vida, que deve chegar a 77 anos em 2050, intensifica essa pressão. O professor de Economia da FGV, Renan Pieri, alerta que, sem reformas significativas, os sistemas previdenciários podem se tornar insustentáveis. A necessidade de investimento em educação e tecnologia é crucial para manter a produtividade e o crescimento econômico.

Além disso, o envelhecimento da população altera os padrões de consumo, com os idosos se tornando cada vez mais relevantes no mercado. Estima-se que, até 2050, eles representarão 25% do consumo mundial. No Brasil, a demanda por serviços de saúde e moradias adaptadas deve aumentar, embora a renda per capita ainda não alcance os níveis das economias avançadas. A imigração pode ser uma solução para a escassez de mão de obra em países desenvolvidos, mas o Brasil enfrenta o desafio de reter talentos em um cenário de mudanças demográficas.

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