Mercados em queda: Dow Jones despenca 451 pontos com temores de inflação e tarifas

Os mercados acionários dos Estados Unidos enfrentaram uma queda significativa na quinta-feira, após a Walmart, a maior varejista do mundo, alertar que 2025 será um "passeio de montanha-russa". A empresa previu uma desaceleração nas vendas este ano, o que gerou preocupações sobre o esgotamento do poder de compra dos consumidores. O Dow Jones caiu mais de 650 pontos, ou 1,5%, antes de encerrar o dia com uma perda de 451 pontos. O S&P 500 e o Nasdaq Composite também registraram quedas de 0,43% e 0,47%, respectivamente, enquanto as ações da Walmart fecharam com uma desvalorização de 6,5%.

A retração nas ações reflete o receio dos investidores quanto a uma desaceleração no gasto do consumidor, que representa dois terços da economia. A Walmart reconheceu "incertezas relacionadas ao comportamento do consumidor e às condições econômicas e geopolíticas globais", conforme declarado pelo Diretor Financeiro, John David Rainey. A inflação elevada e os juros altos persistentes têm pressionado os consumidores americanos, situação que pode se agravar se o presidente Donald Trump implementar os tarifas prometidas.

No início de seu mandato, Trump introduziu uma tarifa de 10% sobre produtos da China e 25% sobre importações de aço e alumínio. Ele também planeja tarifas sobre México e Canadá a partir de março e pediu à sua equipe econômica que estude "tarifas recíprocas" para todos os parceiros comerciais. Apesar de a Walmart ter uma estrutura que a protege parcialmente de tarifas e pressões de preços, sua previsão de desaceleração indica que 2025 pode ser desafiador para varejistas menores e para o setor como um todo.

Os dados mais recentes do Departamento de Comércio mostraram que as vendas no varejo caíram 0,9% no mês passado, com os consumidores reduzindo gastos em várias categorias. Essa queda foi acentuada em relação ao total de dezembro e ficou bem abaixo da expectativa de uma redução de 0,4%. Além disso, as expectativas de inflação dos americanos para o próximo ano atingiram o nível mais alto desde novembro de 2023, segundo a última pesquisa de consumidores da Universidade de Michigan, enquanto o sentimento do consumidor também despencou.