24 de fev 2025
Investidores estrangeiros se preparam para mudanças políticas na América Latina
O descontentamento com líderes de esquerda na América Latina atrai investidores. O MXLA Index teve o melhor início de ano desde 2012, superando o S&P 500. Ações colombianas subiram quase 30%, impulsionadas por expectativas eleitorais. Queda na aprovação de Lula e Petro gera apostas em ações brasileiras. Investidores buscam oportunidades antes das eleições de 2026, visando lucros.
Palácio do Planalto: A queda nos índices de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou ganhos intradiários. (Foto: Ton Molina/Bloomberg)
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O descontentamento crescente com governos de esquerda na América Latina está impulsionando uma recuperação nas ações da região. Investidores estão comprando ativos em mínimas históricas, antecipando que as eleições de 2026 trarão regimes mais favoráveis ao mercado. Fundos como T. Rowe Price e Frontier Road Limited estão apostando em ações e títulos colombianos, enquanto o Mar Asset Management, um fundo brasileiro, investe em opções que se beneficiam da alta das ações. Bret Rosen, economista da EMSO Asset Management, destacou que os mercados estão atentos a pesquisas eleitorais, mesmo sem candidatos definidos.
O MXLA Index, que acompanha as ações latino-americanas, teve o melhor início de ano desde 2012, superando o S&P 500 em mais de cinco vezes. As ações colombianas, por exemplo, subiram quase 30% em dólares, com analistas como os do Morgan Stanley prevendo ganhos devido à eleição de maio de 2026. No Brasil, a queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou grandes ganhos intradiários, com investidores comparando a situação atual à da Argentina, onde a eleição de Javier Milei em 2023 resultou em negociações lucrativas.
Os preços das ações na América Latina estão atrativos, negociando a 8,6 vezes os lucros dos últimos 12 meses, abaixo da média histórica de 11,5 vezes. Verena Wachnitz, da T. Rowe Price, acredita que a região verá uma mudança para governos mais favoráveis ao mercado, especialmente no Chile e na Colômbia. As eleições no Chile, previstas para o final de 2025, mostram o presidente Gabriel Boric enfrentando baixa popularidade, enquanto no Brasil e na Colômbia ainda não há candidatos definidos.
Além disso, as moedas locais estão se valorizando, impulsionadas pela ausência de tarifas dos EUA e altas taxas de juros. Brasil, Colômbia e Chile estão entre as cinco moedas emergentes com melhor desempenho em 2024, com alta de pelo menos 5% em relação ao dólar. Martin Bercetche, da Frontier Road, está rotacionando para ativos que tiveram desempenho inferior nos últimos anos, enquanto investidores como Eduardo Alhadeff, da Ibiuna Investimentos, alertam que esperar pelas eleições pode ser arriscado, citando a Argentina como um exemplo de oportunidade perdida.
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