02 de mar 2025
Chevron deixa Venezuela e provoca nova crise econômica com depreciação da moeda
A economia venezolana enfrenta riscos com a revogação da licença da Chevron. A inflação subiu para 7% em janeiro, após um período de relativa estabilidade. A produção de petróleo pode cair drasticamente, afetando a receita do país. Maduro busca novas negociações com os EUA, mas mantém postura firme. A saída da Chevron pode resultar em uma inflação acima de 100% até 2025.
Vista da sede da Petróleos de Venezuela (Pdvsa) nesta quarta-feira, em Caracas (Venezuela). (Foto: MIGUEL GUTIÉRREZ/EFE)
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A economia venezuelana enfrenta novos desafios em 2024, após um período de recuperação lenta desde a crise econômica de 2014 a 2020. A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de revogar a licença da Chevron para operar no país pode agravar o desequilíbrio orçamentário, aumentando os riscos econômicos. Com uma indústria em níveis mínimos históricos, a economia se torna cada vez mais dependente das receitas do petróleo e petroquímicos, enquanto o câmbio oficial sofreu uma depreciação de 81% desde setembro, passando de 36 para 64 bolívares por dólar.
A inflação, que parecia controlada, subiu para 7% em janeiro, um aumento significativo para o primeiro mês do ano, enquanto o Banco Central a reconhece em 4%. Os salários na Venezuela permanecem os mais baixos da região, e o país, que teve um crescimento do PIB de cerca de 4% em 2024, esperava uma taxa semelhante para 2025, antes da notícia sobre a Chevron. Para recuperar seu tamanho anterior, a Venezuela precisaria de crescimento de dois dígitos por vários anos.
A saída da Chevron, que deve ocorrer em até seis meses, pode ter consequências severas para a economia. Luis Oliveros, economista da Universidade Metropolitana de Caracas, alerta que a falta de licenças para empresas estrangeiras dificultará o crescimento e poderá resultar em uma inflação superior a 100% até o final de 2025. A produção de petróleo, que já foi de 3,2 milhões de barris por dia, caiu para cerca de 650 mil atualmente, e a necessidade de investimentos internacionais é urgente para manter a produção.
Maduro respondeu às ações de Trump, afirmando que o governo venezuelano não se deixará intimidar e está aberto a negociações respeitosas. A vice-presidente Delcy Rodríguez tem buscado novos acordos de investimento em países como Turquia e Índia, tentando substituir a saída de empresas ocidentais. A situação permanece incerta, com economistas prevendo que a saída da Chevron pode impactar severamente a economia, elevando o dólar oficial e provocando uma contração do PIB entre 1% e 2%.
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