Empresas americanas resistem a retornar à Rússia, mesmo com propostas de Putin e Trump

Em meio a uma possível mudança de postura do presidente Trump em relação à Rússia, Vladimir Putin ofereceu às empresas americanas a chance de reingressar no mercado russo, como parte de suas negociações de paz. Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia, afirmou à CNN que as empresas dos EUA perderam mais de US$ 300 bilhões ao se retirarem da Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022. Ele argumentou que o retorno seria do interesse dos Estados Unidos, mas essa perspectiva é contestada.

A equipe de negociação dos EUA, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio, mencionou as "incríveis oportunidades" de parceria econômica com a Rússia. No entanto, a realidade é que as mais de 1.000 empresas que deixaram o país não demonstram interesse em retornar. Um grupo de pesquisadores, que monitorou a saída das empresas, constatou que a maioria delas não obtinha mais de 1% de suas receitas na Rússia, e a saída resultou em aumentos significativos em suas avaliações de mercado.

Além disso, a economia russa enfrenta sérios problemas, como inflação de 20%, fuga de talentos e capital, e uma queda acentuada nas reservas cambiais. A única vantagem econômica da Rússia reside em seus recursos naturais, mas as empresas americanas não estão dispostas a investir em um ambiente tão instável. A necessidade de investimento por parte da Rússia é maior do que o interesse das empresas dos EUA em seus recursos.

Portanto, as alegações de oportunidades de negócios na Rússia são consideradas infundadas. A falta de disposição das empresas para retornar ao mercado russo, somada à deterioração da economia russa, sugere que as promessas de Putin não têm fundamento. As concessões que podem ser obtidas nas negociações não incluem oportunidades significativas para os negócios americanos.