Turistas cancelam viagens aos EUA devido a políticas de Trump e clima de insegurança

A recente mudança nas políticas de imigração e comércio dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, tem gerado um impacto significativo no turismo internacional. Estrangeiros relatam sentimentos de insegurança e indesejabilidade, levando a um aumento no cancelamento de viagens ao país. A proposta de proibição de entrada para cidadãos de 43 países, incluindo Bielorrússia e Camboja, intensifica essa percepção negativa. Mallory Henderson, uma consultora de marketing de Londres, cancelou sua viagem para visitar familiares, afirmando que "é um momento de hostilidade, assustador mesmo".

A indústria de turismo dos EUA já enfrentava dificuldades devido à pandemia e à valorização do dólar, que encarece as viagens. Segundo a Associação Norte-Americana de Viagens, o país não deve atingir os níveis de turistas estrangeiros de 2019 até 2026. A firma de pesquisa Tourism Economics revisou suas previsões, prevendo uma queda de 5,1% no movimento internacional e uma redução de até 0,8% na demanda hoteleira até 2025, resultando em uma perda de US$ 18 bilhões em gastos.

O boicote canadense, em resposta às tarifas impostas por Trump, também contribui para a diminuição do turismo. O número de canadenses cruzando a fronteira caiu 24% em relação ao ano anterior. Companhias aéreas, como Delta e American Airlines, já estão ajustando suas previsões financeiras, enquanto a United Airlines anunciou cortes em rotas para o Canadá devido à queda no tráfego. Adam Sacks, presidente da Tourism Economics, destaca que a tensão geopolítica e as medidas de segurança estão desestimulando as visitas.

Além disso, países como Reino Unido e Alemanha atualizaram suas recomendações de viagem, alertando sobre a possibilidade de detenções mesmo para aqueles com visto. As autoridades francesas relataram um caso em que um cientista foi impedido de entrar devido a opiniões políticas expressas em seu celular. Essa situação gera preocupações sobre a imagem dos EUA como destino turístico, com especialistas afirmando que viagens internacionais podem ser afetadas por essas novas diretrizes e pela crescente desconfiança em relação à segurança nos portos de entrada.