Trump impõe tarifas de 25% sobre carros importados e gera incerteza no mercado automotivo

A partir desta semana, os veículos importados enfrentarão uma taxa de 25% para entrar nos Estados Unidos, um aumento significativo em relação ao que era cobrado anteriormente. Essa medida, parte da guerra comercial iniciada por Donald Trump, tem como consequência esperada um aumento da inflação e uma desaceleração do crescimento econômico global, conforme aponta um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A Câmara de Comércio Americana para a União Europeia alerta que essas tarifas podem comprometer US$ 9,5 trilhões em comércio e investimentos bilaterais.

As tarifas também impactarão os preços dos carros fabricados nos EUA, já que todos os veículos produzidos no país utilizam uma quantidade significativa de peças importadas, principalmente do Canadá e do México. Estima-se que o custo de um carro montado na América do Norte aumente entre R$ 4 mil e R$ 10 mil, enquanto os preços de veículos elétricos podem subir pelo menos R$ 12 mil. Consumidores estão apressando suas compras para evitar esses aumentos, como relatou Miguel Colom, que se preocupa com a possibilidade de um aumento de R$ 12,5 mil no preço do carro que deseja adquirir.

Além disso, a incerteza sobre a aplicação das tarifas tem levado os fabricantes a adiar a produção, o que pode resultar em uma diminuição do estoque e, consequentemente, em um aumento nos preços. O gerente de uma concessionária em Washington, Tom Tatich, mencionou que a demanda por carros permanece alta, mas os clientes estão preocupados com as mudanças de preços. A falta de clareza nas políticas tarifárias de Trump tem gerado apreensão entre os consumidores e os comerciantes.

Trump, por sua vez, declarou que não se importa com o aumento de preços, pois acredita que isso incentivará a compra de veículos fabricados nos EUA. Ele afirmou que, se os preços dos carros importados subirem, os consumidores optarão por veículos americanos. No entanto, essa abordagem pode resultar em um impacto negativo nas relações comerciais com aliados e em um aumento geral nos custos para os consumidores, o que pode agravar a situação econômica nos próximos anos.