31 de mar 2025
Argentina solicita 40% do empréstimo de US$ 20 bilhões do FMI em meio a estresse cambial
Argentina solicita US$ 20 bilhões ao FMI em meio a estresse cambial, enquanto busca apoio adicional para enfrentar vencimentos de dívidas.
Javier Milei, presidente da Argentina (Foto: Reprodução/Instagram/@javiermilei)
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A Argentina solicitou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a primeira parcela de um empréstimo de US$ 20 bilhões, pedindo um desembolso inicial de 40%. O ministro da Economia, Luis Caputo, justificou que essa porcentagem é maior do que o habitual, mas apropriada, dado que o país eliminou o déficit fiscal e cortou despesas públicas. Em entrevista, Caputo afirmou que, após realizar ajustes, um desembolso maior seria mais lógico. O presidente Javier Milei elogiou o ministro, chamando-o de "o melhor ministro da Economia de todos os tempos".
A Argentina enfrenta um estresse cambial significativo, com o dólar paralelo atingindo 1.300 pesos, enquanto a cotação oficial está em torno de 1.100 pesos, resultando em uma brecha superior a 20%. As incertezas sobre um novo acordo com o FMI têm contribuído para essa situação. Caputo revelou que as negociações giram em torno dos US$ 20 bilhões, sem exigências de desvalorização acentuada da moeda, embora mudanças na política cambial sejam esperadas.
Atualmente, a Argentina opera sob um regime de câmbio fixo, conhecido como "cepo", que limita a compra de dólares. O governo tem implementado pequenas desvalorizações mensais, mas estas não acompanham a inflação, resultando em um câmbio "atrasado". Especialistas acreditam que o FMI exigirá uma transição para um modelo de câmbio mais flexível, possivelmente adotando um sistema de bandas, semelhante ao utilizado pelo Brasil nos anos 1990.
O acordo com o FMI é crucial, pois a Argentina precisa pagar cerca de US$ 15 bilhões referentes a vencimentos do acordo anterior. Além disso, a expectativa é que o país busque US$ 25 bilhões de outras instituições financeiras para fortalecer suas reservas cambiais. Este cenário de estresse monetário ocorre em um contexto eleitoral, com as eleições parlamentares marcadas para novembro, que podem influenciar a capacidade do governo de implementar reformas estruturais.
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