Ouro atinge recorde histórico enquanto economia global enfrenta nova realidade

Transformação Econômica Global: Inflação, Ouro e Dólar em Alerta

Nos últimos meses, a economia global passou por mudanças significativas, rompendo com o modelo de juros baixos e estímulos que prevaleceram na última década. Indicadores de inflação, crédito, dólar, juros e ouro apontam para um novo regime econômico.

A inflação, antes influenciada pela demanda, agora é impulsionada por fatores políticos. Christopher Waller, diretor do Federal Reserve, alertou que tarifas podem elevar a inflação para 5%. A reorganização geopolítica impacta diretamente os dados econômicos.

O ouro se destaca como ativo de proteção, atingindo US$ 3.330 por onça, o maior valor nominal da história. O UBS revisou suas projeções para o metal duas vezes em 2025, chegando a US$ 3.500. Bancos centrais acumularam mais de 3.100 toneladas de ouro em três anos, um movimento incomum.

Fundos dedicados ao ouro captaram mais de US$ 80 bilhões em 2025, o dobro do recorde anterior. Essa alocação demonstra um realinhamento de portfólio diante de um cenário global incerto.

O dólar registra sua pior performance de início de ano desde 1995, com queda de mais de 8% no índice DXY. A deterioração fiscal, a ameaça de tarifas e a perda de confiança no dólar como reserva de valor contribuem para essa situação.

O crédito ao consumidor nos Estados Unidos caiu US$ 810 milhões em fevereiro, contrariando a expectativa de alta. As falências nos EUA atingiram o ritmo mais alto desde 2008, com empresas mais frágeis sendo afetadas pelo aperto monetário.

A dívida americana também preocupa, com investidores estrangeiros detendo mais de US$ 8,5 trilhões em Treasuries. Uma possível saída desse capital pode gerar impacto violento sobre juros e câmbio. A taxa dos Treasuries de 10 anos subiu mais de 50 pontos-base em uma semana, a maior alta desde 2001.

O cenário econômico atual é mais volátil, protecionista e menos previsível, marcando o fim do ciclo pré-2020 e o início de uma nova era.