29 de abr 2025
Coreia do Sul recicla 97,5% dos resíduos alimentares e se torna exemplo global
Coreia do Sul se destaca na reciclagem de resíduos alimentares, com 97,5% de aproveitamento. Sistema inovador de cobrança por peso e tecnologia RFID trazem eficiência e conscientização.
O sistema sul-coreano se baseia em um princípio básico: paga-se cada vez que restos de comida são jogados fora (Foto: Getty Images via BBC)
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A Coreia do Sul aprimorou seu sistema de reciclagem de resíduos alimentares, alcançando uma taxa de 97,5% em 2022, um salto de 2,6% em 1996. O novo sistema de cobrança por peso, implementado com tecnologia RFID, visa aumentar a eficiência e a conscientização sobre o desperdício.
Yuna Ku, jornalista da BBC, relata sua experiência em Seul, onde descarta restos de comida em máquinas com sensores. O professor Jae-Cheol Jang, do Instituto de Agricultura da Universidade Nacional de Gyeongsang, destaca que o país processa cerca de 4,56 milhões de toneladas de resíduos alimentares anualmente, reciclando 4,44 milhões de toneladas.
O sistema de reciclagem sul-coreano é resultado de décadas de evolução. A industrialização nos anos 1980 trouxe desafios sociais, como o manejo de resíduos. Com a proibição do descarte de restos de comida em aterros em 2005 e a implementação da cobrança por peso em 2013, o país se tornou um modelo global.
Funcionamento do Sistema
O sistema de descarte varia por região e condomínio, com três opções principais: uso de sacolas autorizadas, adesivos para comércios e máquinas com RFID. As sacolas custam entre 300 won e 1,50 dólar. As máquinas pesam os resíduos e cobram automaticamente, com Yuna pagando menos de 5 dólares por mês.
As multas por descarte inadequado podem ultrapassar 70 dólares para residências e 10 milhões de won para empresas. O professor Jang observa que a reciclagem é rigorosamente regulada, com os restos de comida sendo usados principalmente para ração animal, adubo e biogás.
Desafios e Lições
Apesar do sucesso, o sistema enfrenta desafios, como a segurança na ração animal e a alta quantidade de sal nos alimentos. A especialista da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Rosa Rolle, ressalta que a abordagem da Coreia do Sul combina incentivos financeiros, educação pública e regulamentações rigorosas.
O engajamento da população é crucial. Yuna destaca que os coreanos geralmente seguem as regras, refletindo um forte senso de responsabilidade. A eficácia do sistema sul-coreano pode servir de modelo para outros países, embora cada nação deva adaptar suas políticas à realidade local.
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