01 de mai 2025
Pakistan vive uma revolução solar impulsionada por custos baixos e demanda crescente
Revolução solar no Paquistão: país se torna o terceiro maior importador de painéis, impulsionado por custos baixos e demanda popular.
Foto de um homem em um campo de flores amarelas, com uma montanha ao fundo. (Foto: Arif Ali/AFP/Getty Images)
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O Paquistão está passando por uma revolução solar sem precedentes, importando 17 gigawatts de painéis solares em 2024, mais que o dobro do ano anterior. O país, com mais de 240 milhões de habitantes, se tornou o terceiro maior importador de painéis solares do mundo, segundo dados do think tank Ember. Essa transformação é impulsionada pela queda nos preços dos equipamentos e pela crescente insatisfação com o sistema elétrico instável.
A adoção de energia solar no Paquistão é caracterizada por uma abordagem de base, com a maioria das instalações ocorrendo em residências e pequenas empresas, ao invés de grandes usinas solares. Mustafa Amjad, diretor do Renewables First, afirma que essa mudança é impulsionada por uma demanda popular, sem uma forte intervenção governamental. A crise energética, marcada por aumentos de 155% nos preços da eletricidade nos últimos três anos, também contribui para essa transição.
Os altos preços da eletricidade e a instabilidade do fornecimento têm levado muitos a buscar alternativas. A energia solar se apresenta como uma solução viável, especialmente em um contexto de ondas de calor severas, onde as temperaturas chegaram a 50 graus Celsius. Waqas Moosa, presidente da Associação Solar do Paquistão, destaca que a revolução solar permite que os cidadãos se tornem produtores de energia, semelhante ao impacto das redes sociais na comunicação.
Desafios e Oportunidades
Apesar do crescimento, a revolução solar enfrenta desafios. A dependência crescente da energia solar pode levar a um colapso da rede elétrica, onde a saída de consumidores do sistema tradicional resulta em menos receita para as empresas de energia. A Asha Amirali, pesquisadora do Centro de Estudos de Desenvolvimento da Universidade de Bath, alerta que a energia solar pode acentuar a desigualdade, beneficiando principalmente os mais ricos.
Entretanto, há também um lado positivo. Muitas comunidades estão adotando sistemas solares simples, permitindo que pessoas sem acesso à rede elétrica tenham energia pela primeira vez. Harjeet Singh, defensor climático, ressalta que a experiência do Paquistão pode servir como um modelo para outros países em desenvolvimento, mostrando que a energia renovável pode ser uma alternativa econômica viável.
O Paquistão se destaca como um exemplo de transição energética, mas a necessidade de planejamento e investimento para garantir a estabilidade da rede é crucial. A evolução do setor solar no país poderá influenciar a percepção global sobre a viabilidade das energias renováveis.
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