09 de mai 2025
Ricos são responsáveis por 66% do aquecimento global e agravam crises climáticas
Estudo revela que o 1% mais rico é responsável por dois terços do aquecimento global, destacando a urgência de tributar a riqueza.
Carcaça de peixe cascudo jaz sobre o leito seco do rio Solimões durante seca em outubro de 2024 (Foto: Caio Guatelli/Folhapress)
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O 1% mais rico da população mundial é responsável por dois terços do aquecimento global desde 1990, segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025. Os dados indicam que esse grupo contribui 17 vezes mais para as secas na Amazônia e 26 vezes mais para ondas de calor raras, que ocorrem uma vez a cada 100 anos.
A pesquisa, liderada pela cientista Sarah Schoengart, da ETH Zurich, destaca que os hábitos de consumo e investimento dos mais ricos aumentam o risco de eventos climáticos extremos. As emissões dos 10% mais ricos da China e dos Estados Unidos representam quase metade da poluição global por carbono. O estudo combina dados econômicos e simulações climáticas para rastrear as emissões de diferentes grupos socioeconômicos.
Impacto das Emissões
A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento elevaram a temperatura média da superfície terrestre em 1,3°C nos últimos 30 anos. Schoengart afirma que a pesquisa associa diretamente a pegada de carbono dos mais ricos aos impactos climáticos observados. Além disso, o estudo considera as emissões ocultas relacionadas a investimentos financeiros, não apenas ao consumo pessoal.
A análise sugere que a tributação sobre as emissões ligadas a ativos é mais justa do que impostos gerais sobre emissões, que tendem a afetar desproporcionalmente as pessoas de baixa renda. Recentemente, o Brasil propôs um imposto de 2% sobre a riqueza líquida de indivíduos com mais de US$ 1 bilhão em ativos, mas iniciativas semelhantes enfrentam resistência, especialmente após a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Necessidade de Ação
Embora os líderes do G20 tenham concordado em garantir que indivíduos com patrimônio líquido ultra elevado sejam efetivamente tributados, não houve progresso significativo até o momento. O estudo reforça a urgência de políticas que abordem a concentração de riqueza e suas consequências para o clima, destacando a necessidade de uma abordagem mais equitativa na tributação das emissões.
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