10 de mai 2025
EUA e China enfrentam explosão nas dívidas públicas e pressionam juros globais
EUA e China enfrentam crescente endividamento, com rebaixamento da dívida chinesa e cortes de impostos nos EUA que podem agravar a situação.
Donald Trump e Xi Jinping em reunião bilateral em 2019. (Foto: Brendan Smialowski/AFP)
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Estados Unidos e China enfrentam aumento significativo em suas dívidas públicas. Os EUA já superaram 100% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a China deve atingir essa marca até o final do ano. Ambos os países apresentam uma aceleração no endividamento, o que pode impactar a economia global.
A Fitch Ratings rebaixou a classificação da dívida chinesa de "A+" para "A", o que deve elevar os custos de rolagem dos débitos. A China enfrenta um déficit fiscal crescente, que deve chegar a 8,5% do PIB em 2025, superando a média de 6,5% entre 2020 e 2024. O aumento da dívida pública chinesa, que era de 60% do PIB em 2019, agora está em 93%, é impulsionado por déficits nas administrações locais e pela guerra comercial com os EUA.
Nos Estados Unidos, a situação é igualmente preocupante. A proposta de Donald Trump de estender cortes de impostos pode elevar a dívida pública em 15 pontos percentuais nos próximos nove anos, segundo o Congressional Budget Office. Projeções indicam que a perda de arrecadação não será compensada por tarifas adicionais, resultando em mais emissão de títulos e aumento das taxas de juros.
Impactos Globais
A crescente dívida dos dois países pode pressionar os bancos centrais a manter juros elevados para atrair investidores. Economias endividadas, como o Brasil, podem sentir os efeitos, já que os investidores podem preferir títulos americanos, considerados mais seguros. A economista-chefe do BNP Paribas, Isabelle Mateos y Lago, alerta que o "excepcionalismo americano" está ameaçado, o que pode afetar a confiança nos títulos dos EUA.
Ed Parker, da Fitch Ratings, destaca que o mundo está entrando em uma nova era de endividamento global. A pressão por gastos em defesa, saúde e aposentadorias, combinada com um crescimento econômico mais lento nos EUA, pode resultar em juros mais altos. Cathy Hepworth, da PGIM Fixed Income, enfatiza que a importância da China na economia mundial está crescendo, o que pode alterar a dinâmica financeira global.
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