Economia

Déficit comercial dos EUA: especialistas criticam soluções da administração Trump

Déficit comercial dos EUA é mais complexo do que se pensava; estudo recente aponta que gastos internos são a verdadeira causa.

Um buque cargado com contenedores no porto de Baltimore (EUA), em 10 de abril. (Foto: JIM WATSON / AFP / GETTY IMAGES)

Um buque cargado com contenedores no porto de Baltimore (EUA), em 10 de abril. (Foto: JIM WATSON / AFP / GETTY IMAGES)

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A administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou preocupações sobre o déficit comercial do país, atribuindo-o a práticas desleais de comércio e à necessidade de financiar um crescente déficit orçamentário. No entanto, um novo estudo de Maurice Obstfeld, ex-economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), apresenta uma visão alternativa, sugerindo que o déficit é resultado de gastos excessivos dos americanos.

Obstfeld argumenta que o déficit comercial não pode ser atribuído apenas a fatores externos, como a competição desleal de outros países. Segundo ele, gastos internos elevados são a principal causa do desequilíbrio. O estudo destaca que tanto o déficit orçamentário quanto o comercial refletem que os americanos gastam mais do que ganham. Manuel Balmaseda, diretor do Instituto Espanhol de Banca e Finanças, reforça essa ideia, afirmando que as soluções propostas pela administração Trump, como a imposição de tarifas, podem agravar o problema.

Análise do Déficit

Os economistas consultados indicam que o déficit comercial é um reflexo do comportamento econômico interno dos Estados Unidos. A liberalização do comércio, embora frequentemente criticada, não é a única responsável pelo desequilíbrio. Dados mostram que, após acordos de livre comércio, o déficit comercial aumentou mais do que o esperado. Além disso, a relação entre a cotação do dólar e as importações e exportações é complexa, com a depreciação do dólar não resultando em uma melhoria significativa do saldo comercial.

Obstfeld também contesta a noção de que a condição do dólar como moeda de reserva mundial leva a déficits inevitáveis. Ele explica que a demanda por ativos em dólares não é exclusivamente gerada por déficits americanos, mas também por relações financeiras entre outros países. O estudo sugere que a narrativa de que o dólar sobrevalorizado prejudica a competitividade dos EUA é simplista.

Desafios Fiscais

A análise aponta que o déficit público dos Estados Unidos, que atualmente é superior ao déficit comercial, é um fator crucial. A necessidade de financiamento para o déficit orçamentário tem implicações diretas sobre o comércio exterior. A administração Trump enfrenta desafios para ajustar a política fiscal, especialmente com propostas de cortes de impostos que podem aumentar ainda mais o déficit.

Os especialistas alertam que, sem um ajuste fiscal significativo, a situação pode se agravar. A dependência de financiamento externo para sustentar o consumo interno pode levar a uma crise fiscal, especialmente em um cenário de desaceleração econômica. A necessidade de uma abordagem cooperativa entre as principais economias globais é enfatizada como uma solução potencial para o desequilíbrio.

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