Impactos da Trumponomics na economia americana e como superá-los

A economia americana enfrenta um momento delicado, marcado pela implementação de tarifas de importação sob a administração do presidente Donald Trump. Em 2 de abril de 2025, o governo anunciou uma política tarifária agressiva, que promete impactar os preços e desacelerar a atividade econômica. Antes da divulgação dessas medidas, o PIB já havia recuado 0,3% no primeiro trimestre, refletindo uma desaceleração da demanda agregada.

Recentemente, o governo dos EUA decidiu adiar por 90 dias a aplicação de novas tarifas, em um cenário onde a inflação e o mercado de trabalho se mantêm estáveis. O Federal Reserve (Fed) optou por manter a taxa de juros inalterada, entre 4,25% e 4,5%, durante sua última reunião, realizada em 7 de abril. A decisão foi influenciada pela continuidade de um mercado de trabalho robusto, com taxa de desemprego em 4,2% e a criação de 177 mil empregos.

Impactos da Guerra Tarifária

A expectativa é que a guerra comercial com a China traga incertezas, levando a uma redução nos investimentos e, consequentemente, na demanda. Apesar disso, os efeitos ainda não são visíveis. O crescimento da economia no segundo trimestre é estimado em 2,5%, segundo o Fed Atlanta GDPNow. A inflação, por sua vez, não apresenta sinais claros de aumento devido às tarifas, com a inflação de serviços excluindo aluguéis em 2,69% nos últimos doze meses.

Analistas apontam que a estratégia do governo pode ter sido mal calculada. Trump enfrenta eleições em um ano e meio, enquanto a liderança chinesa não tem essa pressão. A capacidade de um regime autocrático de suportar perdas econômicas é maior, o que pode colocar os EUA em desvantagem nas negociações. A expectativa é que, mesmo com o adiamento, as tarifas possam ser implementadas em um patamar de 10% sobre as importações, representando um aumento significativo em relação ao cenário anterior.

O Fed deve continuar monitorando a situação antes de tomar novas decisões sobre a política monetária. O bom desempenho da economia e do mercado de trabalho diminui a pressão sobre o Comitê de Política Monetária, que ainda avalia os desdobramentos da guerra tarifária.