Aumento de preços nas lojas americanas acelera devido a tarifas comerciais

O impacto das tarifas impostas pelo presidente Trump sobre produtos importados, especialmente da China, começa a ser sentido nas lojas dos Estados Unidos. Recentes aumentos de preços em calçados, vestuário e bolsas foram observados em grandes redes, como Macy's, Nordstrom e Dillard's, com elevações de até 4,2% em relação a janeiro.

Dados da DataWeave, que analisa cerca de 15 mil SKUs (unidades de manutenção de estoque), mostram que os preços começaram a subir em maio. Calçados apresentaram um aumento de até 4%, enquanto o vestuário teve uma elevação média de 2%. O CEO da DataWeave, Karthik Bettadapura, destacou que a categoria de calçados é a mais afetada devido aos altos impostos de importação e à dependência da China.

As variações de preços nas lojas físicas podem ser ligeiramente diferentes das online, mas geralmente seguem a mesma tendência. As linhas de marca própria, muitas fabricadas na China, sentem os custos mais altos rapidamente, pois são renovadas a cada poucos meses. Bettadapura também observou que o vestuário, com ciclos de design mais longos, apresenta um aumento mais gradual.

Expectativas para o Futuro

Uma pesquisa da Footwear Distributors and Retailers of America revelou que 55% dos entrevistados esperam um aumento de preços entre 6% e 10% em 2025 devido às tarifas. Stephen Lamar, CEO da American Apparel and Footwear Association, afirmou que os estilos de volta às aulas enfrentarão tarifas de 10% a 30%, o que deve resultar em preços mais altos neste verão.

As lojas Macy's, Nordstrom e Dillard's não comentaram sobre os aumentos. No entanto, Bettadapura alertou que, se as tarifas persistirem ou aumentarem após 9 de julho, mais aumentos de preços podem ser esperados nas próximas temporadas. O governo dos EUA anunciou um acordo comercial com o Vietnã, mas a incerteza sobre as tarifas continua a ser um desafio significativo para os varejistas.

Jonathan Gold, vice-presidente da National Retail Federation, destacou que os consumidores já estão vendo o impacto das tarifas em produtos essenciais. O ex-CEO do Walmart, Bill Simon, observou que as empresas estão tentando mitigar os aumentos, mas a decisão final sobre compras cabe aos consumidores, que podem optar por alternativas mais baratas.