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08 de jul 2025

Japão retoma uso da energia nuclear após 14 anos do desastre de Fukushima

Japão reativa reatores nucleares e planeja novos, buscando aumentar a energia atômica para 20% até 2040, diante da crescente demanda e altos preços de gás.

Trabalhadores em frente a usina nuclear de Fukushima, no Japão (Foto: STR - 19.mai.22/AFP)

Trabalhadores em frente a usina nuclear de Fukushima, no Japão (Foto: STR - 19.mai.22/AFP)

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O Japão está reativando reatores nucleares inativos e planeja construir novos reatores de próxima geração, visando aumentar a participação da energia nuclear para 20% até 2040. Essa mudança ocorre em resposta aos altos preços do gás e à crescente demanda por energia, especialmente de data centers.

Após o desastre de Fukushima em 2011, o uso de energia nuclear no Japão caiu drasticamente, de 30% para quase nada na matriz energética. No entanto, o governo japonês sinalizou uma nova abordagem, permitindo a construção de reatores em locais existentes. Até agora, 14 dos 54 reatores que foram desligados estão sendo reativados, e a expectativa é que essa fase dure até 2030.

Kazuto Suzuki, professor da Universidade de Tóquio, acredita que os reinícios nucleares estarão amplamente concluídos em cinco anos, permitindo que o país comece a focar em tecnologias mais recentes, como os pequenos reatores modulares (SMRs). Ele destaca que existe um consenso sobre a necessidade de depender da energia nuclear, embora a aceitação social ainda seja um desafio.

O novo plano energético do Japão, revisado em fevereiro, removeu a política de "minimizar" o uso de energia nuclear, prometendo maximizar fontes de energia descarbonizadas. A participação da energia nuclear na geração de eletricidade já aumentou para 8,5%, e a meta é reduzir a dependência de combustíveis fósseis de 70% para 30-40% até 2040.

A mudança de política é impulsionada pelo aumento dos preços do gás, exacerbado pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Além disso, a demanda por eletricidade, especialmente de data centers, deve dobrar ou triplicar até 2030, desafiando as expectativas de queda no consumo em um país com rápida despovoação.

Novas Tecnologias e Desafios

O Japão estabeleceu um roteiro para cinco tipos de reatores nucleares de próxima geração, que devem ser mais seguros. Os reatores refrigerados a gás de alta temperatura são os mais próximos de se tornarem realidade, com operação prevista para a década de 2030. No entanto, a oposição local à energia nuclear representa um obstáculo significativo.

A Federação Japonesa de Associações de Advogados critica a nova política, argumentando que a descarbonização deve ser alcançada por meio de fontes renováveis. Hiroki Sato, da Chubu Electric, ressalta que a introdução de novas tecnologias de reatores no Japão pode ser desafiadora devido à cautela regulatória.

Enquanto isso, empresas japonesas estão investindo em tecnologias de SMRs no exterior, buscando manter a expertise da cadeia de suprimentos. A NuScale, desenvolvedora de SMRs nos EUA, é uma das parceiras do Japão, que reconhece o potencial dessa tecnologia, embora ainda enfrente um ambiente político menos favorável em comparação com países como a Coreia do Sul.

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