08 de jul 2025
Mais de 300 milhões de pessoas vivem nas ruas e 1.000 em condições precárias
Anacláudia Rossbach alerta para a urgência de políticas habitacionais eficazes diante da crise global de habitação.
Anacláudia Rossbach, diretora executiva da ONU-Hábitat, em 4 de junho de 2025 em Madrid (Foto: JUAN BARBOSA)
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A diretora da ONU-Habitat, Anacláudia Rossbach, participou da IV Conferência de Financiamento para o Desenvolvimento em Sevilha, onde enfatizou a necessidade de mudanças sistêmicas para garantir o acesso à habitação. Rossbach destacou que mais de 1 bilhão de pessoas vivem em assentamentos precários e que a crise habitacional é uma questão global.
Durante a conferência, a economista observou um espírito de colaboração entre os países para enfrentar a crise. Ela mencionou a criatividade em soluções fiscais em municípios africanos, como o uso de impostos sobre propriedades para aumentar a arrecadação. No entanto, ressaltou que essas iniciativas precisam do apoio dos governos nacionais para serem efetivas.
Rossbach alertou que a crise de habitação é estrutural, afetando principalmente o Sul Global, onde os mercados imobiliários são limitados. A dificuldade de acesso à moradia se estende a cidades grandes em todo o mundo, com 300 milhões de pessoas vivendo nas ruas e 3 bilhões em condições inadequadas.
A diretora também abordou a situação da habitação na Espanha, comparando-a a outros países europeus. Ela destacou o envelhecimento do estoque habitacional e a necessidade de adaptação às novas exigências climáticas. A escassez de moradias em áreas turísticas e a especulação imobiliária foram apontadas como desafios adicionais.
Rossbach enfatizou que investir em políticas habitacionais é uma estratégia de longo prazo. Para enfrentar a crise, é essencial garantir acesso a materiais de construção e implementar políticas de solo eficazes. A falta de capacidade fiscal em muitos países limita a oferta de habitação, o que pode resultar em segregação social.
A diretora concluiu que, com a previsão de que dois terços da população mundial viverá em áreas urbanas até 2050, é crucial que as cidades estejam preparadas para receber essa população, especialmente na África e na Ásia, onde as necessidades habitacionais são mais urgentes.
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