Mercados internacionais começam a desconsiderar ameaças comerciais de Trump

Tarifas Comerciais e Resiliência dos Mercados

Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas sobre as exportações de mais de uma dúzia de países, com início programado para 1º de agosto. Apesar das expectativas de que tais anúncios poderiam causar quedas nos mercados globais, a reação foi surpreendentemente positiva em várias bolsas, incluindo o índice Kospi da Coreia do Sul, que registrou um aumento de mais de 2% até o momento.

Após os anúncios, as ações nos EUA sofreram uma leve queda, mas conseguiram se estabilizar rapidamente. O índice S&P 500, por exemplo, apresentou uma perda de 0,9% na semana, uma queda que pode ser facilmente recuperada em um único dia de negociação. O desempenho do Kospi, que subiu 1,8% na terça-feira e mais 0,6% na quarta, foi destacado por analistas como um sinal de que os investidores estão se concentrando em fatores fundamentais, em vez de se deixarem levar pelo medo das tarifas.

Análise do Mercado

Analistas do banco JPMorgan observaram que o desempenho das ações sul-coreanas pode refletir uma mudança na percepção do risco associado às tarifas. "Se as ações da Coreia do Sul conseguem subir 2% após um anúncio de tarifas que poderia impactar o PIB em -1,7%, isso sugere que as tarifas não são mais uma preocupação central para o mercado de ações", afirmaram os traders.

Além da Coreia do Sul, o Japão também mostrou resiliência, com ganhos modestos. A reação dos mercados internacionais indica uma possível mudança na forma como os investidores estão avaliando os riscos comerciais, sugerindo que um aumento nas ações pode ocorrer nas próximas semanas, especialmente se surgirem acordos comerciais positivos.

Impacto Setorial

Enquanto isso, na Wall Street, a Goldman Sachs rebaixou a classificação da SolarEdge Technologies de "compra" para "neutra", citando incertezas no setor residencial. A empresa, que havia visto um aumento significativo em seu valor de mercado, apresentou uma queda de quase 2% nas negociações pré-mercado.

Os desdobramentos das tarifas e a resiliência dos mercados refletem um cenário em que os investidores parecem mais dispostos a ignorar as tensões comerciais, focando em fundamentos econômicos mais sólidos.