UE deve fechar acordo com EUA em condições menos favoráveis que o do Reino Unido

Os negociadores da União Europeia estão próximos de um acordo comercial com os Estados Unidos, que poderá resultar em tarifas superiores às aplicadas ao Reino Unido. O acordo, que deve ser temporário, prevê tarifas recíprocas de 10%, enquanto as negociações continuam. A expectativa é que as tarifas sobre alimentos da UE cheguem a 17%, conforme exigência do presidente Donald Trump.

O Brexit alterou significativamente as relações comerciais, e a UE busca minimizar os impactos. Diplomatas afirmam que o acordo com o Reino Unido foi mais favorável, surpreendendo a UE, que acreditava que seu peso econômico garantiria melhores condições. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Trump se encontraram em 2020, mas as negociações atuais revelam um cenário desafiador para Bruxelas.

A abordagem da UE tem sido criticada por sua lentidão e falta de resposta a tarifas anteriores. Anna Cavazzini, presidente do comitê de mercado interno do Parlamento Europeu, considerou um erro não retaliar as tarifas de Trump em abril. Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, adotou uma postura mais flexível nas negociações com os EUA, resultando em condições mais vantajosas.

Desdobramentos das Negociações

As negociações entre a UE e os EUA continuam, com um acordo esperado para esta semana. Trump indicou que uma "carta" sobre tarifas poderia ser acordada em breve. Sem um acordo, as tarifas sobre produtos da UE podem aumentar para 20% ou 50% em agosto. Um diplomata mencionou que conseguir uma tarifa de 10% seria um sucesso.

O Reino Unido, por sua vez, obteve condições melhores, como uma cota de 100 mil carros com tarifa de 10% e um acordo de tarifa zero sobre aço e alumínio. As negociações britânicas foram consideradas mais diretas e eficazes, enquanto a UE enfrenta críticas por sua abordagem considerada "complicada demais".

A UE também está disposta a reduzir seu superávit comercial com os EUA, comprometendo-se a comprar mais gás natural liquefeito e armas. A situação atual reflete a complexidade das relações comerciais e as dificuldades enfrentadas pela UE em um cenário pós-Brexit.