Investidores devem escolher entre taxa fixa ou comissão para assessoria financeira

Desde novembro de 2024, a remuneração das corretoras e assessores de investimentos se tornou mais transparente, levando os investidores a escolher entre comissões por produtos vendidos ou uma taxa fixa anual sobre o valor total investido. Cada modelo tem suas vantagens: as comissões são mais adequadas para quem não utiliza muito os serviços dos assessores, enquanto a taxa fixa, que varia de 0,4% a 1% ao ano, é ideal para aqueles que buscam orientação constante sem a influência de comissões sobre as recomendações.

A resolução CVM 179, que entrou em vigor em 1º de novembro, facilitou a adoção do modelo de taxa fixa, com 10% das assessorias já implementando essa opção. Guilherme Miziara, da Gorila, destaca que as assessorias estão se diferenciando e que a percepção dos clientes sobre os serviços está mudando. A alta dos juros e a competição com investimentos de renda fixa também impulsionam essa mudança, já que a taxa fixa proporciona uma receita mais previsível para os assessores.

A escolha entre os modelos envolve riscos. As comissões podem levar a transações excessivas, enquanto a taxa fixa pode resultar em custos elevados sem correspondência no serviço prestado. Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, argumenta que a taxa fixa elimina conflitos de interesse, permitindo que os assessores ofereçam os melhores investimentos sem se preocupar com a remuneração. No entanto, a definição da taxa ideal ainda gera questionamentos.

Investidores que preferem tomar decisões por conta própria podem se beneficiar das comissões, enquanto aqueles que necessitam de mais suporte devem considerar a taxa fixa. Leandro Correa, da Warren Investimentos, ressalta que não há um modelo superior, mas sim opções que atendem a diferentes necessidades. É fundamental que os investidores estejam cientes dos potenciais conflitos de interesse e busquem transparência nas cobranças, evitando assessorias que ofereçam "benefícios" duvidosos para a migração para o modelo de taxa fixa.