Powell afirma que o Fed não tem pressa para ajustar taxas de juros em meio à inflação elevada

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que o banco central não precisa apressar ajustes nas taxas de juros, indicando que as autoridades serão pacientes antes de novas reduções. Em depoimento ao Comitê Bancário do Senado, Powell destacou que, com a política monetária menos restritiva e a economia forte, não há urgência em alterar a postura. Ele alertou que uma redução rápida demais poderia prejudicar o progresso na inflação, enquanto uma abordagem lenta poderia afetar a atividade econômica e o emprego.

Após três cortes consecutivos, a taxa básica de juros foi mantida inalterada na reunião de janeiro. Powell e outros diretores do Fed sinalizaram que as taxas permanecerão estáveis até que haja mais progresso na inflação e mais informações sobre as políticas econômicas do presidente Donald Trump. O mercado de trabalho continua sólido, com a criação de 143.000 empregos em janeiro e a taxa de desemprego caindo para 4%. Apesar da inflação estar em 2,6%, acima da meta de 2%, Powell afirmou que as expectativas de inflação estão "bem ancoradas".

As políticas de Trump, como o aumento de tarifas sobre produtos chineses e a repressão à imigração, geram incertezas que podem impactar a inflação e o crescimento econômico. Powell mencionou que algumas autoridades do Fed consideram essas políticas em suas previsões, enquanto outras aguardam mais detalhes. Ele também ressaltou que a política do Fed está preparada para lidar com os riscos e incertezas atuais.

Além disso, Powell pode ser questionado sobre a regulamentação financeira, especialmente com os esforços de desregulamentação promovidos por Trump. A renúncia do governador do Fed, Michael Barr, do cargo de vice-presidente de supervisão, reflete essa pressão. Powell deverá comparecer novamente ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na quarta-feira, onde questões sobre conformidade com a Lei Dodd-Frank de 2010 também podem ser levantadas.