08 de mai 2025
Copom eleva Selic a 14,75% e gera reações divergentes entre setores econômicos
Copom eleva Selic a 14,75%, o maior nível em quase 20 anos, gerando reações divergentes entre setores da economia.
Sede do Banco Central, em Brasília: Selic deve ficar em patamar elevado até o fim do ano, segundo economistas. (Foto: Arthur Menescal/Bloomberg)
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior nível em quase 20 anos, durante reunião realizada na quarta-feira (8). A decisão visa controlar a inflação, que permanece elevada, especialmente em serviços. A medida gerou reações divergentes entre setores da economia.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a elevação, afirmando que ela impõe um fardo à economia e pode impactar negativamente emprego e renda. O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que a política monetária contracionista pode resultar no menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em cinco anos. A CNI projeta um crescimento de 2,3% para 2025, uma queda em relação ao ano anterior.
Por outro lado, o setor varejista, representado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), considerou a alta necessária, embora preferisse um aumento menor. A entidade ressaltou que a inflação nos serviços, com alta média de 6%, exigia uma resposta do Copom. A FecomercioSP acredita que o ciclo de alta da Selic pode estar próximo do fim.
Reações do Setor Industrial
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também criticou a decisão, considerando a taxa excessiva. A Firjan alertou que a manutenção de juros altos pode comprometer a competitividade do Brasil em um cenário de incertezas globais. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) compartilhou preocupações semelhantes, afirmando que a medida pode agravar a desaceleração econômica.
Expectativas do Mercado
Analistas de instituições financeiras, como o Bank of America (BofA) e o BTG Pactual, interpretaram a decisão como o provável encerramento do ciclo de alta. O BofA destacou que a incerteza global ainda é elevada, mas a maior parte do trabalho já foi realizada. O BTG Pactual concordou que a Selic deve permanecer em um nível elevado por um período prolongado, sem necessidade imediata de novos ajustes.
O Citi e o Itaú também projetam estabilidade da Selic em 14,75% até o final do ano, com possibilidade de cortes a partir de 2026, dependendo da evolução da inflação. A expectativa é de que a próxima reunião do Copom, marcada para junho, traga mais clareza sobre os próximos passos da política monetária.
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