Berkshire Hathaway oculta nova compra de ações para evitar volatilidade no mercado

Warren Buffett, à frente da Berkshire Hathaway, está adquirindo uma nova ação sob tratamento confidencial, permitindo que a empresa construa sua posição sem provocar flutuações de preço. A informação foi revelada em um novo registro regulatório, onde a Berkshire omitiu uma ou mais participações, solicitando tratamento confidencial à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).

Esse tipo de confidencialidade é comum para grandes investidores, pois a divulgação de estratégias de investimento pode gerar volatilidade no mercado. Com um portfólio de ações avaliado em cerca de R$ 1,4 trilhões, qualquer nova aposta significativa geralmente requer bilhões de dólares e pode levar meses para ser consolidada. A estratégia de manter a compra em segredo é vantajosa para a Berkshire, pois limita a volatilidade até que a posição esteja completa.

Recentemente, Buffett anunciou que deixará o cargo de CEO no final deste ano, o que pode ter motivado a decisão de manter a nova aquisição em sigilo. A última solicitação de tratamento confidencial pode ter sido feita por seus colaboradores, Todd Combs ou Ted Weschler. Historicamente, a Berkshire já utilizou essa estratégia ao adquirir ações da Chubb, Chevron e Verizon, evitando que o mercado reagisse rapidamente às suas movimentações.

No último relatório de ganhos do primeiro trimestre, a Berkshire Hathaway não forneceu pistas sobre a nova compra. O registro indicou que o custo das ações em setores como "comercial, industrial e outros" aumentou em R$ 10 bilhões no último trimestre, enquanto os investimentos em "produtos de consumo" cresceram em R$ 5,5 bilhões. A empresa também aumentou sua participação em marcas como Constellation Brands e Domino's Pizza.