Méliuz realiza quarta oferta do ano na B3 e não garante bom semestre

A Méliuz planeja uma oferta de ações de R$ 150 milhões para financiar a compra de Bitcoins, após já ter adquirido R$ 160 milhões em criptomoedas. A empresa se destaca como a primeira "Bitcoin Treasury Company" da América Latina.

Essa oferta, se concretizada, será a quarta de 2025, em um semestre marcado por um fraco desempenho na captação de recursos na Bolsa brasileira. Até agora, apenas três empresas - Caixa Seguridade, Azul e Orizon - realizaram ofertas subsequentes, totalizando R$ 3,4 bilhões, o que representa uma queda de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A operação da Azul foi obrigatória para a conversão de títulos de investidores estrangeiros em ações, mas a demanda no lote extra foi baixa, com apenas R$ 48 milhões captados. Na Orizon, os controladores adquiriram 63% da oferta, embora a empresa tenha registrado uma demanda significativa pelo restante das ações.

Os fundos de investimento, que tradicionalmente são grandes compradores em ofertas, estão mais cautelosos. Em abril, os saques nos fundos de ações somaram R$ 9 bilhões, elevando o total do ano para R$ 35 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A alocação em ações dos fundos no Brasil permanece em 7,5%, o menor nível histórico, segundo o JPMorgan.

A Méliuz, conhecida por seu modelo de cashback, agora foca na aquisição de Bitcoins. Em um fato relevante divulgado no dia 15, a empresa anunciou a aprovação de seus acionistas para a mudança do estatuto, permitindo a operação com criptomoedas. A primeira compra foi realizada em março, totalizando R$ 24 milhões. A oferta de ações, que pode ser coordenada pelo BTG Pactual, visa captar recursos para expandir suas aquisições no mercado de criptomoedas.