Dólar em queda deve favorecer alta nas bolsas de valores dos EUA, aponta Morgan Stanley

A desvalorização do dólar americano, que acumulou uma queda de cerca de 11% no semestre, está gerando expectativas positivas em setores específicos do mercado. O Morgan Stanley aponta que tecnologia, materiais e industriais podem se beneficiar desse cenário. A moeda encerrou o semestre com o pior desempenho desde 1973 e deve cair ainda mais, com uma previsão de desvalorização de 7% até 2026.

Michelle Weaver, analista do Morgan Stanley, destacou que essa desvalorização pode impulsionar os lucros das empresas multinacionais. Com o dólar mais fraco, produtos dos Estados Unidos se tornam mais atraentes para compradores internacionais, aumentando a conversão de receitas em moedas estrangeiras. O índice S&P 500, que reúne as maiores empresas americanas, gera cerca de 40% de sua receita fora dos EUA, enquanto o Russell 2000, que inclui empresas menores, obtém 22% das vendas no exterior.

Setores em Alta

O setor de tecnologia é um dos mais favorecidos, com mais de 50% de sua receita proveniente do exterior. Os materiais, com pouco mais de 40%, e os industriais, com cerca de 30%, também devem se beneficiar. O Morgan Stanley observa que a tecnologia representa mais de 30% do S&P 500, o que reforça a expectativa de valorização à medida que o dólar continua a cair.

Além disso, o banco menciona que as revisões positivas nos lucros das empresas são um fator crucial para o otimismo no mercado. As projeções indicam que o S&P 500 pode alcançar 6.500 pontos até o fim de 2025, representando uma alta de cerca de 5% em relação aos níveis atuais.

Pressões Fiscais

A moeda americana pode enfrentar ainda mais pressão devido ao projeto de lei conhecido como 'One Big Beautiful Bill', que está em tramitação no Congresso. Esse projeto pode aumentar o déficit público em até US$ 3,3 trilhões, o que, segundo o Morgan Stanley, poderia resultar em novas desvalorizações do dólar.