Ibovespa recua 0,54% com tarifas de Trump e Embraer lidera perdas do dia

O Ibovespa (IBOV) registrou uma nova queda nesta quinta-feira (10), fechando em 136.743 pontos, uma desvalorização de 0,54%. O movimento foi impulsionado pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, a serem implementadas em 1º de agosto de 2025. O dólar também se valorizou, subindo 0,72%, cotado a R$ 5,54, à medida que investidores buscavam proteção em meio à incerteza.

A decisão de Trump, divulgada em sua rede social, Truth Social, provocou reações negativas no mercado. A Embraer (EMBR3) foi uma das mais afetadas, com suas ações caindo 3,29%. Analistas do BTG Pactual destacaram que a tarifa adicional representa uma má notícia para a empresa, que depende fortemente do mercado americano, onde realiza 60% de suas vendas. A CSN (CSNA3) também enfrentou perdas, recuando 3,03%.

Reações do Governo Brasileiro

O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, optou por não retaliar imediatamente as tarifas. Lula afirmou que prioriza negociações diplomáticas e, caso não haja progresso, poderá recorrer à Lei de Reciprocidade. A estratégia inclui articular com outros países afetados para levar a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC).

No Congresso, líderes sugerem o uso da Lei de Reciprocidade, enquanto aliados de Jair Bolsonaro pressionam por uma intervenção junto a Trump. A expectativa é que uma desistência de Trump fortaleça a posição política de Bolsonaro.

Impactos no Mercado

Os American Depositary Receipts (ADRs) de empresas brasileiras também enfrentaram quedas significativas. A Embraer viu suas ações cair mais de 4%, refletindo a vulnerabilidade da empresa à nova política tarifária. Outros papéis, como os da Petrobras, também apresentaram desvalorização, enquanto a Vale (VALE3) teve um desempenho positivo, subindo 2,29% após uma alta no minério de ferro.

Os mercados globais operam em clima de cautela, com os principais índices de ações registrando recuos. A situação atual reflete a complexidade das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e suas repercussões diretas na economia brasileira.