Cancelamentos de voos aumentam 231% e afetam milhões de passageiros no Brasil

A experiência de viagem para milhões de passageiros no Brasil tem sido marcada por frustrações em 2024, com 4,3 milhões de pessoas enfrentando cancelamentos de voos, um aumento de 231% em relação a dois anos atrás. Em 2022, 1,3 milhão de passageiros já havia sido impactado, conforme dados da AirHelp, especializada em assistência a viajantes. O índice de cancelamentos passou de 1 em cada 65 passageiros há dois anos para 1 em cada 22 no ano passado, refletindo um aumento significativo na insatisfação.

Além dos cancelamentos, a somatória de atrasos e cancelamentos superiores a 15 minutos afetou 19,7 milhões de consumidores, representando quase um quinto de todos os viajantes nos aeroportos brasileiros. Apesar do total de passageiros transportados ter alcançado 99,6 milhões em 2024, uma leve alta em relação aos 99,3 milhões do ano anterior, a qualidade do serviço não acompanhou esse crescimento.

Os passageiros que comprovam prejuízos emocionais ou financeiros, como a perda de compromissos, podem reivindicar compensações que chegam a R$ 10 mil. Contudo, muitos não buscam indenizações por desconhecimento de seus direitos. Em 2024, apenas 1 a cada 19 passageiros preencheu os requisitos para solicitar compensação por atrasos ou cancelamentos.

No Brasil, a proteção jurídica dos passageiros aéreos é garantida pelo Código de Defesa do Consumidor e pela regulamentação da ANAC. Essas normas estabelecem obrigações para as companhias aéreas em casos de atrasos, cancelamentos e overbooking, assegurando direitos a compensações e assistência. Para que a proteção seja válida, o voo deve atender a quatro critérios, incluindo cancelamentos de última hora e atrasos superiores a três horas, tornando o Brasil um dos países com maior cobertura legal para viajantes aéreos.