Bradesco Asset reduz risco em fundos e projeta inflação de 5,5% para 2025, afirma Funchal

O CEO da Bradesco Asset, Bruno Funchal, afirmou que a gestora reduziu a tomada de risco em seus fundos devido à deterioração das perspectivas fiscais no Brasil e à preocupação com a alta dos preços. Ele destacou que a estratégia atual é "muito mais tática", focando em oportunidades de curto prazo e buscando proteção contra a inflação, que deve fechar 2025 em 5,5%, com riscos de aproximação de 6% nas eleições de 2026. A taxa Selic prevista ao final do ciclo de aperto é de 15%.

Funchal mencionou que os fundos têm aumentado a alocação em títulos pós-fixados, que estão atrelados à taxa flutuante ou pagam um prêmio mais a variação da inflação. Ele também destacou que a proposta de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5.000 será um tema central para o mercado financeiro em 2025. A deterioração dos ativos observada em dezembro está ligada à perda de credibilidade do governo em questões fiscais e à incerteza sobre a compensação da isenção.

O ex-secretário do Tesouro Nacional ressaltou que, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, não é necessário compensar as receitas perdidas por um eventual reajuste da tabela do Imposto de Renda. Funchal alertou que, sem essa compensação, o déficit primário pode aumentar em cerca de R$ 50 bilhões. Ele acredita que a comunicação fiscal eficaz e ações contundentes podem ter um impacto positivo nos preços e ajudar a estabilizar o câmbio e os juros.

Atualmente, a Bradesco Asset possui cerca de R$ 920 bilhões em ativos sob gestão, consolidando-se como a terceira maior gestora do Brasil, segundo dados da Anbima. Funchal finalizou afirmando que a forma como o governo conduzir a reforma do Imposto de Renda será crucial para a confiança do mercado e a sustentabilidade fiscal do país.