Indústria química acelera investimentos de R$ 759,3 milhões antes da reforma tributária

Empresas do setor químico estão se preparando para acelerar investimentos até 2026, visando aproveitar os benefícios do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) antes da implementação da reforma tributária em 2027. O Reiq oferece incentivos fiscais, reduzindo a cobrança de Pis e Cofins sobre insumos, mas exigindo que os recursos economizados sejam reinvestidos na ampliação da capacidade produtiva. Atualmente, há nove propostas em análise no Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

Com a reforma tributária, Pis e Cofins serão gradualmente substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), resultando na extinção do Reiq. André Passos Cordeiro, presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), explicou que, com a nova legislação, o abatimento no Pis e Cofins deixará de existir. A Braskem, por exemplo, planeja investir mais de R$ 300 milhões em suas plantas até 2026, enquanto a Innova destina R$ 30 milhões para suas unidades em Manaus e Triunfo.

Recentemente, a Abiquim anunciou R$ 759,3 milhões em investimentos no setor, com destaque para a Braskem, que destinará R$ 614 milhões para aumentar sua capacidade produtiva em 139 mil toneladas. A Unipar e o Grupo OCQ também anunciaram investimentos significativos, totalizando R$ 57 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente. Esses investimentos são parte do Reiq, que visa estimular a indústria química a expandir sua capacidade instalada.

O setor químico é crucial para a economia brasileira, contribuindo com R$ 30 bilhões anuais em tributos federais e gerando cerca de 2 milhões de empregos. Cordeiro enfatizou a necessidade de adaptar o Reiq às novas regras tributárias para manter os investimentos. A indústria química, que enfrenta desafios de competitividade, vê no Reiq uma oportunidade para resgatar sua relevância e aumentar a produtividade, beneficiando a economia nacional.