Governo federal impulsiona negociações para venda da Bamin à Vale

A Vale está em fase final de negociações para adquirir a Bamin, que inclui três projetos significativos na Bahia: uma jazida de minério de ferro em Caetité, a concessão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e o Porto Sul em Ilhéus. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está diretamente envolvido nas tratativas, com reuniões agendadas para esta semana em São Paulo, envolvendo investidores que podem se associar à mineradora.

Atualmente, a Bamin, pertencente ao Eurasian Resources Group, produz pouco mais de 1 milhão de toneladas de minério de ferro por ano, bem abaixo da capacidade prometida de 20 milhões de toneladas. A situação é considerada empresarial, mas pode impactar a logística do Brasil no futuro, o que gerou preocupação em Brasília. Em 2021, a Bamin conquistou a concessão da Fiol, mas o progresso das obras tem sido lento, comprometendo o cronograma de conclusão.

A Fiol possui dois trechos adicionais, sendo o segundo em construção pela estatal Infra S.A., mas sem conexão independente com outras ferrovias ou portos. O terceiro trecho ainda não começou a ser construído e será oferecido à iniciativa privada. A falta de avanço no trecho 1 e no Porto Sul pode prejudicar a viabilidade econômica dos outros trechos e limitar as opções de escoamento logístico.

Diante da inércia da Bamin, o Ministério dos Transportes e a Casa Civil estão em alerta. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva está utilizando a repactuação das concessões de ferrovias da Vale para abordar a situação da Bamin. A Vale, sob a liderança do novo CEO Gustavo Pimenta, estaria disposta a adquirir o "pacote completo" da Bamin, incluindo todos os projetos mencionados. O BNDES não confirmou oficialmente as reuniões, enquanto a Vale afirmou que avalia potenciais aquisições conforme suas prioridades estratégicas.