21 de jan 2025
Cafezais em São Paulo enfrentam incêndios e seca, elevando preços do café no mundo
Incêndio em Caconde, SP, devastou cinco hectares de cafezais em setembro de 2024. O valor do café Arábica atingiu $3,48, o maior desde 1977, devido à crise. Brasil enfrentou seu ano mais quente desde 1961, com recorde de incêndios florestais. Cafeicultores buscam soluções sustentáveis, como o cultivo à sombra de árvores. Expectativas negativas para 2025 podem elevar ainda mais os preços do café globalmente.
Produtores têm enfrentado problemas em diferentes partes do Brasil (Foto: Nelson Almeida / AFP)
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Em setembro de 2024, Moacir Donizetti Rossetto, um cafeicultor de 54 anos, enfrentou um incêndio devastador em sua propriedade no interior de São Paulo. O fogo, que se aproximou a vinte metros de sua casa, consumiu cinco hectares de cafezais, representando um terço de sua produção. Moradores acreditam que o incêndio teve origem na queima descontrolada de lixo, enquanto a seca severa contribuiu para a gravidade da situação. O Brasil, maior produtor de café do mundo, enfrenta desafios climáticos que afetam diretamente a produção.
O ano de 2024 foi o mais quente desde 1961, com um número recorde de incêndios florestais, a maioria de origem humana. A combinação de altas temperaturas e seca é atribuída ao aquecimento global. Com uma produção estimada de 55 milhões de sacas de café, o Brasil influencia os preços internacionais. O valor da libra de Arábica atingiu 3,48 dólares, um aumento de 90% em menos de um ano, refletindo a crise enfrentada pelos cafeicultores.
Guy Carvalho, renomado consultor do setor, destaca que as condições climáticas forçam os produtores a investir mais para obter resultados semelhantes aos do passado. Ele menciona a frustração com quatro safras decepcionantes entre 2021 e 2024 e a expectativa de que os problemas se repitam em 2025. Além disso, fatores geopolíticos, como possíveis restrições tarifárias nos EUA, complicam ainda mais a situação.
Diante desse cenário, alguns produtores, como Sérgio Lange, estão adotando práticas sustentáveis. Em Divinolândia, Lange planta café à sombra de árvores, uma técnica que reduz o impacto do calor e melhora a qualidade do grão. Desde 2022, ele e outros cafeicultores aplicam um modelo de cafeicultura regenerativa, buscando um equilíbrio com a natureza. Lange acredita que, embora a produtividade inicial possa cair, os resultados a longo prazo serão positivos, visando deixar um legado melhor para as futuras gerações.
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